Dois dias após a trágica fuga do major Pedro Silva, que estava preso por violência doméstica e terminou matando o próprio filho e o cunhado antes de morrer em confronto com o Bope, a Polícia Militar de Alagoas anunciou a troca de comando da Academia da PM. Apesar da proximidade temporal com o caso, a instituição afirma que a mudança “não tem relação” com o episódio.

A alteração foi publicada no Boletim Geral Ostensivo desta terça-feira (10) e envolve a transferência do coronel Mário Xavier da Academia da Polícia Militar para o Comando de Policiamento Especializado (CPE). Já o coronel Carlos Azevedo assume a chefia da Academia. Segundo a PM, a troca faz parte de um processo “rotineiro” para “oxigenar a gestão”.

Oficialmente, a corporação justifica a movimentação com base no “currículo e experiência operacional” dos oficiais envolvidos e afirma que a decisão foi tomada antes da fuga. A nota diz ainda que os seis outros militares transferidos em caráter excepcional não estavam de serviço no momento da fuga do major Pedro Silva.

Apesar das alegações institucionais, o episódio reacendeu o debate sobre falhas na custódia de presos dentro da própria estrutura da PM. O major Pedro Silva, que estava detido na Academia desde janeiro após denúncia por violência doméstica, conseguiu fugir sem resistência conhecida. Horas depois, ele manteve familiares em cárcere privado e assassinou o filho, de 10 anos, e o cunhado — também policial militar — antes de ser morto em confronto com o Bope.

A PM afirma que as investigações sobre as circunstâncias da fuga continuam e que a troca de comando “deve conferir maior isenção” ao processo.