Notícias

Fraudes no INSS

Ministro da Previdência aponta que confiança no INSS permitiu descontos ilegais por anos

Por Redação com agências 12/06/2025 17h05
Ministro da Previdência aponta que confiança no INSS permitiu descontos ilegais por anos

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afirmou nesta quinta-feira (12) que muitos aposentados e pensionistas passaram anos sofrendo descontos indevidos em seus benefícios sem perceber, devido à confiança que mantêm no INSS. A declaração foi feita durante o lançamento do Plano de Integridade do Ministério da Previdência, em Brasília. “Muitos foram descontados por cinco, seis, sete anos e não notaram. Isso mostra a confiança que o beneficiário tem no INSS. Ele acredita que o que está sendo depositado é correto e não verifica os extratos”, disse Queiroz, que está há pouco mais de um mês no comando da pasta.

O lançamento do Plano de Integridade ocorre em meio a investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), no âmbito da Operação Sem Desconto, que apura um esquema de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões em todo o país. O plano define diretrizes para prevenir, identificar e combater práticas de corrupção, fraudes, desvios de conduta e outras irregularidades na estrutura do ministério. “Queremos transformar a Previdência em referência em controle interno e integridade. Mas, para isso, vamos ter que trabalhar duro e mudar práticas enraizadas”, disse o ministro.

Mais de 3 milhões de reclamações - 
Até a tarde de quarta-feira (11), mais de 3,1 milhões de beneficiários haviam consultado o INSS sobre descontos feitos em favor de 43 entidades — entre associações e sindicatos. Dessas, mais de 3 milhões de pessoas negaram ter autorizado qualquer dedução.

As entidades têm 15 dias úteis para apresentar documentos que comprovem a autorização dos descontos. Caso não enviem a documentação, ou se ela for considerada inválida, o INSS deverá iniciar o processo de devolução dos valores.

Segundo o instituto, os beneficiários podem acompanhar a situação pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135. No entanto, caso as entidades aleguem ter autorização, o beneficiário terá 30 dias para se manifestar. Essa contestação deve ser feita pelo aplicativo ou, a partir do dia 16 de junho, presencialmente nas agências dos Correios — não sendo possível fazê-la pelo telefone. Durante o evento, o ministro da CGU, Vinicius de Carvalho, reconheceu que o momento é de crise, mas também de oportunidade. “É um marco para a Previdência. Não pela razão que gostaríamos, mas é a chance de reconstruir agendas fundamentais, especialmente a da integridade. Isso é um caminho sem volta”, afirmou.

WhatsApp

Receba notícias do Em Tempo Notícias no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar a nossa comunidade:

https://chat.whatsapp.com/K8GQKWpW3KDKK8i88Mtzsu