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Projeto propõe tornar 2 de Julho feriado nacional e reacende debate sobre uso político da história
Proposta levanta questionamentos sobre motivações políticas e prioridades do governo
O Governo Federal encaminhou nesta terça-feira (1º) ao Congresso Nacional um projeto de lei que propõe transformar o dia 2 de julho no Dia Nacional da Consolidação da Independência do Brasil. A data marca a expulsão definitiva das tropas portuguesas da Bahia, em 1823, e já é celebrada como feriado estadual no estado. A proposta, no entanto, levanta questionamentos sobre motivações políticas e prioridades do governo.
O anúncio foi feito em vídeo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado por três influentes aliados baianos: o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o senador Jaques Wagner; e o publicitário Sidônio Palmeira, estrategista de sua campanha. O gesto simboliza um aceno claro à base de apoio do governo no Nordeste, especialmente na Bahia — reduto eleitoral estratégico.
“É verdade que D. Pedro deu o grito da Independência (...), mas pouca gente sabe que foi no dia 2 de julho de 1823 que, na Bahia, os portugueses voltaram para Portugal definitivamente”, disse Lula na gravação.
Entre reconhecimento histórico e capital político
Embora a relevância histórica da data seja inegável — sobretudo pelas batalhas travadas na Bahia pela independência do Brasil, como a de Pirajá —, a proposta de nacionalizar o feriado levanta dúvidas quanto ao timing e às intenções do governo. Em ano eleitoral e com o cenário político em ebulição, o projeto pode ser interpretado como uma tentativa de fortalecer alianças regionais e manter o apoio nordestino ao Planalto.
O Brasil já possui uma extensa lista de feriados nacionais, que afetam diretamente a produtividade econômica. Além disso, feriados religiosos e pontos facultativos também fazem parte do cronograma oficial. A proposta de mais uma data comemorativa nacional suscita críticas sobre a real necessidade e sobre os impactos práticos que ela traria.
O governo justifica o projeto como uma forma de resgatar um capítulo pouco valorizado da história nacional e afirma que o 2 de Julho é “ignorado pelos livros didáticos”. Especialistas em educação, porém, argumentam que o fortalecimento da memória histórica exige mais do que decretos simbólicos. Seria preciso revisar conteúdos curriculares, investir na formação de professores e valorizar o ensino da história regional em todo o país.
Diante de desafios urgentes nas áreas de saúde, segurança pública e economia, a priorização de um novo feriado pode parecer, para muitos, uma iniciativa fora de sintonia com as necessidades do país.
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