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'Lamentável'

Campos Neto rebate críticas de Haddad e elogia sucessor no Banco Central

Ex-presidente do BC afirma que críticas priorizam narrativa política em vez de soluções fiscais e defende atuação de Galípolo

Por Redação com Terra 08/07/2025 09h09
Campos Neto rebate críticas de Haddad e elogia sucessor no Banco Central
Ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto - Foto: Estadão

O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, respondeu às recentes críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que o acusou de deixar como legado uma política de juros elevados para Gabriel Galípolo, seu sucessor no comando da autarquia. Segundo Campos Neto, “é lamentável quando se prioriza a construção de narrativas em detrimento da busca por soluções estruturais”.

Campos Neto ressaltou que evita personalizar críticas e prefere se ater às ideias. Ele afirmou que, como Galípolo já participava ativamente das decisões do BC, optou por ampliar o espaço e o peso da atuação do então diretor à medida que sua própria saída se aproximava. “Ele mesmo confirmou isso publicamente”, lembrou. O ex-presidente do BC também revelou que esteve recentemente com Galípolo na Suíça e que ambos retornaram juntos ao Brasil no mesmo voo.

Sobre a atual gestão do Banco Central, agora sob comando de Galípolo, Campos Neto declarou que não tem qualquer crítica a fazer. “Eles têm mantido uma postura técnica, com comunicação transparente. Está fazendo um trabalho irretocável”, afirmou. Para ele, o desafio principal hoje está no campo fiscal, marcado por incertezas e disputas políticas. “O BC acaba sendo passageiro de um ambiente fiscal conturbado, onde há uma guerra de narrativas e um forte componente político no debate”, pontuou.

Campos Neto também se posicionou sobre rumores de um eventual apoio a uma candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. Apesar de não entrar diretamente nas especulações, negou qualquer envolvimento com projetos eleitorais. Em tom mais ideológico, comentou que há um crescimento da direita na América Latina e criticou o que vê como falhas na abordagem da esquerda. “A esquerda tem obsessão pela igualdade, mas nem sempre pela redução da pobreza”, declarou.

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