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Tarifas de 50%

Economista vencedor do Nobel detona Trump por tarifas contra o Brasil: “Diabólico e megalomaníaco”

Por Redação com agências 10/07/2025 18h06
Economista vencedor do Nobel detona Trump por tarifas contra o Brasil: “Diabólico e megalomaníaco”

As tarifas de 50% impostas por Donald Trump a produtos brasileiros, anunciadas nesta quarta-feira (9), repercutiram nos Estados Unidos e geraram forte reação do economista e Nobel de Economia Paul Krugman. Em artigo publicado em seu blog no The New York Times, Krugman classificou Trump como “diabólico e megalomaníaco” e acusou o ex-presidente de usar o comércio exterior como ferramenta política para interferir em assuntos internos do Brasil.

“Não costumo escrever à noite, mas a última carta de Trump merece um boletim especial. Afinal, é diabólica e megalomaníaca”, escreveu Krugman, em um texto intitulado O Programa de Trump de Proteção a Ditadores.

Para o economista, a medida não tem justificativa econômica e está diretamente ligada à tentativa de pressionar o governo brasileiro a abandonar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado. “Trump mal finge que há justificativa econômica. É sobre punir o Brasil por julgar Jair Bolsonaro”, afirmou.

Krugman ainda traçou um paralelo entre Bolsonaro e Trump, dizendo que ambos tentaram se manter no poder após perderem eleições. “É o presidente anterior do Brasil, que tentou reverter a eleição com um golpe. Claro que soa familiar”, ironizou, em referência à invasão do Capitólio, em 2021, por apoiadores de Trump.

O economista também criticou a postura do ex-presidente dos EUA, que enviou uma mensagem direta ao governo brasileiro, chamando o julgamento de Bolsonaro de “vergonha internacional” e “caça às bruxas”. Trump afirmou que o processo “deveria acabar imediatamente” e elogiou Bolsonaro como “líder altamente respeitado”.

Na avaliação de Krugman, a retaliação comercial é uma tentativa de intimidar um país que não depende majoritariamente do mercado americano. Ele cita dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) de 2022, segundo os quais a China é o principal parceiro comercial do Brasil (26,8%), enquanto os EUA respondem por 11,4% das exportações brasileiras.

“Trump realmente acha que pode usar tarifas para forçar uma nação gigante, que nem é tão dependente do mercado americano, a abandonar a democracia?”, questiona o economista.

Krugman conclui o texto defendendo que a medida poderia servir como base para um novo pedido de impeachment contra Trump. “Se ainda temos uma democracia funcional, essa jogada com o Brasil poderia fundamentar o impeachment. Claro, isso teria que entrar na fila, depois de outras tantas razões.”

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