A Polícia Civil de Alagoas realiza nesta terça-feira (15) a reprodução simulada da abordagem que resultou na morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, em Palmeira dos Índios, Agreste do estado. O procedimento será realizado no mesmo local e horário em que ocorreu o disparo fatal, por volta das 20h, e contará com a presença de peritos criminais, testemunhas, representantes do Ministério Público e uma comissão de delegados.

A reconstituição foi solicitada pela família do jovem, por meio do advogado Gilmar Torres, com o objetivo de esclarecer divergências em relação à versão apresentada pela Polícia Militar, que alegou legítima defesa durante uma abordagem de rotina.

Segundo a PM, Gabriel desobedeceu a uma ordem de parada enquanto pilotava uma moto e teria disparado contra os policiais, que reagiram. A arma apreendida no local foi um revólver calibre 38, que, de acordo com o Instituto de Criminalística, estava em pleno funcionamento e teve um disparo confirmado.

Já os familiares negam qualquer envolvimento do adolescente com atividades criminosas e afirmam que ele nunca teve contato com armas. A defesa sustenta que o revólver teria sido plantado pelos próprios policiais envolvidos. A morte gerou comoção na cidade e motivou protestos de amigos e parentes nas ruas e redes sociais, cobrando justiça e uma investigação imparcial.

Diante da repercussão, a Delegacia Geral da Polícia Civil designou uma comissão especial de delegados para acompanhar o caso. A apuração está sob responsabilidade de Sidney Tenório, Alexandre Leite e João Paulo Tenório, que atuam nas diretorias e coordenações regionais da corporação.

Apesar do laudo balístico indicar que a arma foi disparada, não há confirmação sobre quem efetuou o tiro ou se partiu de Gabriel. A reprodução simulada pode ajudar a esclarecer essas lacunas na investigação.