A Polícia Científica de Alagoas descartou a hipótese de falha mecânica como causa do acidente com o ônibus que despencou na Serra da Barriga, em União dos Palmares, matando 20 pessoas. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (18), durante coletiva de imprensa com os peritos criminais responsáveis pela análise do veículo. Com a nova conclusão, ganha força a hipótese de erro humano como fator determinante para a tragédia, que ocorreu em 24 de novembro de 2024, quando o ônibus, com 48 ocupantes, caiu de uma ribanceira de cerca de 400 metros.

“Já havíamos descartado causas relacionadas à pista e ao ambiente. Agora, também excluímos falha mecânica. Restam duas perguntas: por que o veículo parou naquele local? E por que ele desceu?”, afirmou o perito Marcelo Velez.

Segundo Velez, a inspeção não encontrou quebras, folgas ou falhas nos sistemas de transmissão, o que indica que os componentes funcionavam adequadamente no momento do acidente. “Isso nos leva a concluir que houve uma ação inadequada do condutor ao parar naquele ponto — seja por imperícia, erro de julgamento ou alguma motivação pessoal”, completou o perito.

A perícia detalhada só foi possível após o resgate do ônibus, que ficou cerca de seis meses preso na encosta da serra. O trabalho de remoção foi concluído há treze dias e envolveu guinchos com cabos de aço, bombeiros militares, peritos da Polícia Científica, agentes da Polícia Civil e apoio de uma empresa terceirizada.

O ônibus transportava um grupo que se dirigia ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares, um dos principais pontos turísticos e históricos do estado. O acidente deixou 20 mortos e dezenas de feridos.

Com a conclusão da perícia mecânica, as investigações agora se concentram em entender a decisão do motorista naquele momento. A Polícia Civil deve analisar elementos como testemunhos, condições físicas do condutor e possíveis falhas no procedimento de frenagem ou parada em local inadequado.