Apesar da aparência dócil, os saguis, também conhecidos como soins, podem representar sérios riscos à saúde humana. A presença cada vez mais frequente desses pequenos primatas em áreas urbanas tem preocupado autoridades ambientais e de saúde pública em Alagoas. O alerta é claro: alimentar ou tentar interagir com esses animais silvestres é perigoso tanto para as pessoas quanto para os próprios bichos.

O médico veterinário Gabriel Marques, do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), vinculado ao Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) e ao Ibama, explica que, mesmo quando aparentam estar saudáveis, os saguis podem ser vetores de doenças. Entre elas, destaca-se a raiva, uma enfermidade potencialmente fatal.

“É fundamental que a população evite qualquer tipo de contato com os saguis. Além de poderem transmitir doenças, eles podem reagir com agressividade se se sentirem ameaçados”, afirma Marques. Ele também adverte contra o uso de objetos como pedras ou vassouras para espantar os animais. “Isso pode feri-los e provocar reações de defesa, o que aumenta os riscos.”

Outro comportamento perigoso e cada vez mais comum é o hábito de alimentar os saguis. Segundo o veterinário, essa prática muda o comportamento natural dos primatas, tornando-os dependentes do ser humano e mais vulneráveis a atropelamentos, maus-tratos e outros perigos urbanos.

A orientação das autoridades é simples: observar os saguis à distância e não interferir em seu comportamento. Caso o animal esteja em situação de risco, a recomendação é acionar o Batalhão de Polícia Ambiental pelo telefone (82) 3315-4325 ou WhatsApp (82) 98833-5879.

Atendimento antirrábico 24 horas - Em caso de mordida ou arranhão por saguis, morcegos, raposas ou qualquer outro animal silvestre, a orientação é procurar atendimento médico imediatamente. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau/AL), o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente a profilaxia com vacina e soro antirrábico em unidades de saúde em todo o estado.

“Unidades especializadas funcionam 24 horas por dia e estão preparadas para atender esses casos com avaliação clínica, orientações e a aplicação da profilaxia adequada”, explica Vanessa Bernardino, gerente de vigilância e controle de doenças transmissíveis da Sesau.

Na capital, o atendimento é feito nas UPAs dos bairros Jacintinho e Tabuleiro do Martins. No interior, a vacina está disponível em UPAs de municípios como Coruripe, Delmiro Gouveia, Maragogi, Palmeira dos Índios, Penedo, São Miguel dos Campos e Viçosa.

Hospitais como o de Emergência do Agreste (Arapiraca), o Regional do Norte (Porto Calvo), o Regional da Mata (União dos Palmares) e outras unidades mistas também oferecem a imunização.