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TCU revela R$ 4,4 bilhões pagos a pessoas mortas entre 2000 e 2024

Auditoria aponta falhas graves no sistema de registros civis; maioria dos valores está ligada à Previdência Social

Por Redação com agências 24/07/2025 12h12
TCU revela R$ 4,4 bilhões pagos a pessoas mortas entre 2000 e 2024

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou que, entre 2016 e 2024, foram pagos R$ 2,7 bilhões em benefícios a pessoas já falecidas. Desse total, 91% correspondem a pagamentos previdenciários indevidos. Somado a um levantamento anterior, que apontava R$ 1,7 bilhão entre 2000 e 2015, o prejuízo acumulado chega a pelo menos R$ 4,4 bilhões em 24 anos.

Segundo o TCU, a principal causa dos pagamentos irregulares está na fragilidade do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc), responsável por registrar nascimentos, casamentos, óbitos e natimortos. A auditoria aponta que cerca de 13,1 milhões de óbitos não foram devidamente registrados pelo sistema, o que abriu brechas para fraudes e pagamentos a beneficiários já mortos.

No mês de fevereiro de 2025, último período analisado, foram pagos R$ 21,2 milhões em benefícios previdenciários a mais de 11 mil pessoas com óbito confirmado no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), mantido pelo Ministério da Saúde. Além disso, 650 servidores, aposentados ou pensionistas da administração pública federal também receberam vencimentos mesmo com indícios de morte no SIM, totalizando R$ 3,6 milhões.

O relatório ainda aponta falhas no cruzamento de dados de programas sociais. Em relação ao Bolsa Família, a auditoria identificou pagamentos a 971 pessoas falecidas, o que resultou em um repasse indevido de R$ 580 mil em fevereiro de 2025.

Diante dos dados, o TCU recomendou a urgente atualização do banco de dados do Sirc e a integração com outras bases públicas. O ministro-relator Jorge Oliveira destacou a gravidade dos erros, enquanto o presidente do TCU, Bruno Dantas, classificou os valores como “alarmantes” e “escandalosos”. “Fomos incapazes, como nação, de integrar os nossos sistemas de forma eficiente”, criticou.

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