Notícias

Celebrado nesta sexta

Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha destaca resistência, protagonismo e luta por igualdade

Por Redação com agências 25/07/2025 14h02

Nesta sexta-feira (25), é celebrado o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, uma data que marca a resistência histórica e a luta por igualdade de gênero e raça. Criado em 1992 durante o Primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado na República Dominicana, o dia 25 de julho tornou-se um símbolo de mobilização, visibilidade e reconhecimento das mulheres negras em todo o continente.

No Brasil, a data também homenageia Tereza de Benguela, uma das maiores lideranças quilombolas do século 18. Desde 2014, o país reconhece oficialmente o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, por meio da Lei nº 12.987. A data é celebrada com eventos em várias partes do país, sendo o Festival Latinidades, em Brasília, um dos principais. Em sua 18ª edição, o festival promove debates, exposições e atividades culturais voltadas à valorização das mulheres negras e à denúncia das desigualdades ainda presentes na sociedade brasileira.

A curadora Nathalia Grilo, responsável pela exposição Alumbramento, no Museu Nacional da República, destaca o papel do evento como espaço de afirmação e conquista. “Hoje, assino a curadoria de uma exposição em um museu projetado por Oscar Niemeyer. Não sei quando isso seria possível sem o convite do Latinidades. O festival fortalece nossa jornada.”

A pesquisadora Eliane Barbosa, que participou do painel Justiça fiscal e reparação para mulheres negras, enfatiza que o dia é uma oportunidade de reconhecer a contribuição histórica das mulheres negras. “As Américas são o continente da pluralidade racial. Celebrar este dia significa reconhecer a presença das mulheres negras e a necessidade de atenção e escuta". 

A cineasta Luma Nascimento também aponta o evento como um espaço de memória e construção coletiva. “O Latinidades evidencia a contribuição das mulheres negras e indígenas para a história e organização do país. É um registro vivo da ação feminina.”
A profissional do audiovisual Pietra Souza reforça o tom de celebração da data. “É um dia de relembrar memórias, de luta, mas, acima de tudo, de celebração. Mulheres negras são potentes e bonitas, e isso precisa ser comemorado.”

Para Jaqueline Fernandes, diretora do Instituto Afrolatinas, os desafios atuais exigem enfrentamento das estruturas de desigualdades. “Precisamos de políticas públicas eficazes, educação antirracista, representatividade e combate à violência institucional. Mas também é essencial mudar mentalidades e construir um novo pacto social”.


WhatsApp

Receba notícias do Em Tempo Notícias no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar a nossa comunidade:

https://chat.whatsapp.com/K8GQKWpW3KDKK8i88Mtzsu