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Licenciatura Intercultural Indígena

Pela 1ª vez no Brasil, mais de 200 indígenas colam grau em universidade pública; formatura será em Maceió

Por Redação 28/07/2025 15h03
Pela 1ª vez no Brasil, mais de 200 indígenas colam grau em universidade pública; formatura será em Maceió

Em um momento inédito na história da educação brasileira, 212 estudantes indígenas vão colar grau em uma cerimônia coletiva na próxima quinta-feira, às 11h, no Centro de Convenções de Maceió. A formatura é resultado do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (CLIND), desenvolvido pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), e marca a primeira vez que tantos indígenas concluem o ensino superior em uma universidade pública no país.

Os formandos pertencem a 12 das 13 etnias indígenas do estado, incluindo povos como Xucuru-Kariri, Kariri-Xocó, Katokinn, Wassu-Cocal e Koiupanká. Eles são oriundos do Agreste, Baixo São Francisco, Sertão e Zona da Mata, e se graduam em cursos como Geografia, História, Letras, Pedagogia e Matemática.

O projeto formativo foi pensado a partir das realidades culturais e linguísticas dos povos originários. Ao longo da graduação, os alunos receberam apoio financeiro e institucional por meio do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), além do Programa Primeiro Emprego Indígena, viabilizado pelo Governo do Estado e instituições parceiras.

“Esse curso mostra o que a universidade pública pode ser quando entende seu papel. Formar mais de 200 indígenas é um passo importante para reparar uma dívida histórica com os povos originários”, afirmou o reitor da Uneal, Odilon Máximo de Morais.

A cerimônia de colação de grau deve unir tradição e academia, com cantos, rituais e o uso de vestimentas e adornos tradicionais. Para os formandos, o momento representa não apenas a conquista de um diploma, mas o fortalecimento das identidades indígenas no cenário acadêmico.

“Levo comigo o compromisso de seguir representando meu povo com dignidade, coragem e afeto. A palavra é semente — e nós somos sementes que já começaram a florescer”, declarou João Paulo de Jesus dos Santos, do povo Jiripankó, formando em Letras.

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