Durante o julgamento realizado nesta quinta-feira (31), o promotor de Justiça Antonio Vilas Boas afirmou que o ex-agente penitenciário Albino dos Santos, acusado de ser o Serial Killer de Maceió, é “um psicopata e pervertido sexual”, fazendo referência a pastas encontradas na nuvem com os nomes “mortes especiais” e “odiadas do Instagram”. A declaração foi feita após o réu negar a autoria do assassinato de Ana Clara Santos Lima, de 13 anos, crime ocorrido em agosto de 2024 no bairro Vergel do Lago.

"Eu queria saber o que tem de especial em mortes. Isso me enoja", declarou o promotor ao apresentar o material digital armazenado pelo acusado.

O discurso de Albino, no entanto, destoou do que havia afirmado anteriormente. Em outro momento do processo, ele confessou o homicídio de Ana Clara e disse reconhecer a vítima. Agora, perante o júri, ele negou qualquer participação. “O exame balístico não é eficaz. Não tem filmagem desse assassinato. Eu nego a minha autoria. Certamente estava em casa no dia, mas não me recordo exatamente”, disse ao ser interrogado.

O réu também entrou em contradição ao afirmar, nesta quinta, que matou apenas duas pessoas, número bem inferior aos mais de 20 assassinatos que ele mesmo alegou ter cometido em julgamentos anteriores. Ao ser confrontado pelo promotor, que questionou se ele estava mentindo agora ou antes, respondeu: “Nem lá e nem cá”.

Albino dos Santos voltou a tentar desacreditar as evidências apresentadas pela perícia, sobretudo os exames balísticos que indicam que o projétil retirado do corpo da vítima foi disparado por sua arma. “Excelência, nem tudo o que a perícia faz é verdade”, afirmou.

O promotor rebateu com firmeza: “Esse laudo é inconteste. Não é uma prova surreal. O projétil encontrado na vítima e o coletado no local saíram da arma de Albino, conforme atestado pela perita”.