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Parceria com universidade pública

Alagoas é o primeiro estado do Brasil a oferecer ensino superior em presídios

Por Redação 01/08/2025 17h05
Alagoas é o primeiro estado do Brasil a oferecer ensino superior em presídios

O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) se tornou o primeiro do país a firmar parceria com uma universidade pública para ofertar ensino superior dentro do sistema prisional. Nesta sexta-feira (1º), 60 reeducandos iniciaram o curso de Gestão Empreendedora e Inovação em Turismo, oferecido pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), por meio do projeto Uniliberdade.

A iniciativa é resultado de uma articulação entre o TJAL, a Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) e a Uncisal, e atende detentos de seis unidades prisionais, incluindo o Presídio Feminino Santa Luzia e a Penitenciária de Segurança Máxima II e III.

O curso, 100% on-line, tem duração de dois anos e é acessado por meio de um ambiente virtual seguro, sem conexão com o exterior, garantindo que os alunos possam estudar sem riscos de comunicação indevida, conforme explicou Marcelo Santana, coordenador da Universidade Aberta do Brasil (UAB) na Uncisal.

Entre os participantes está Oscar Henrique, 29 anos, que vê na iniciativa uma chance de reconstruir o futuro. “A gente que está privado de liberdade deve usar esse tempo para se tornar alguém melhor”, disse. A reeducanda Jullyana Karla, 32, também celebrou a oportunidade. “Lá fora, eu não tive a chance que estou tendo agora”.

A seleção dos participantes levou em conta critérios socioeconômicos, de gênero e raça, seguindo diretrizes do Plano Pena Justa.

Para o desembargador Tutmés Airan, coordenador de Direitos Humanos do TJAL, a ação é inédita no país. “Não tenho notícia de algo semelhante Brasil afora. Essa formação pode transformar vidas após o cumprimento da pena”, afirmou.

O projeto foi lançado no Núcleo Ressocializador da Capital e contou com a presença de juízes da Vara de Execuções Penais, do secretário de Ressocialização, Diogo Teixeira, e de outras autoridades.

O desembargador Celyrio Adamastor, corregedor-geral da Justiça de Alagoas, destacou o impacto social da iniciativa. “A educação aqui cumpre seu papel mais nobre: levar luz onde a escuridão parecia definitiva”, disse.

Já o desembargador Márcio Roberto Tenório, supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF), afirmou que o curso amplia as possibilidades de ressocialização. “Eles poderão sair do sistema e contribuir com a sociedade através do trabalho.”

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