Um casal foi preso esta semana na cidade de Igaci, no agreste alagoano, sob suspeita de envolvimento em um esquema de extorsão mediante sequestro que usava a tecnologia como isca para atrair vítimas. A prisão foi realizada pela Polícia Civil de Alagoas, por meio da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), em operação conduzida pela equipe da Seção Antissequestro sob o comando do delegado João Marcello.

De acordo com as investigações conduzidas pela Polícia Civil de São Paulo, o homem detido seria um antigo líder de facção criminosa, com extensa ficha criminal. A partir de Alagoas, ele utilizava a plataforma de fretes Fretebras para atrair caminhoneiros com falsas propostas de carregamento. Após a negociação virtual, as vítimas eram induzidas a ir até pontos específicos em São Paulo, onde acabavam rendidas por comparsas armados e mantidas em cativeiro.

Durante o período de sequestro, os criminosos exigiam pagamentos em dinheiro como condição para libertar os motoristas. Em um dos casos apurados, a vítima chegou a pagar R$ 25 mil para ser libertada. A mulher do suspeito, também presa na operação, teria prestado suporte logístico a partir de Alagoas, contribuindo para que o esquema criminoso fosse mantido em diferentes ocasiões.

Além da dupla detida em Igaci, a Polícia Civil paulista prendeu outros dois envolvidos no estado de São Paulo. Um deles era responsável por receber em sua conta os valores pagos como resgate; o outro atuava como recrutador de pessoas para movimentar o dinheiro obtido de forma ilícita. Segundo os investigadores, esse último mantinha contato direto com o líder do esquema radicado em Alagoas.

O delegado João Marcello destacou a complexidade da investigação e a importância da cooperação entre as polícias civis dos dois estados. “A criminalidade tem usado a tecnologia para atrair vítimas. A integração entre as forças policiais foi fundamental para localizar e prender os autores”, afirmou.

O casal preso foi levado à sede da DRACCO/AL, onde os procedimentos legais foram concluídos. Eles devem ser transferidos para São Paulo, onde permanecerão à disposição da Justiça. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e verificar se há mais vítimas do esquema.