Os dados recentemente divulgados pela Marinha do Brasil sobre os pedidos de desligamento e a crescente busca por concursos públicos por parte dos militares apontam para um possível problema estrutural a médio e longo prazo. Entre os Fuzileiros Navais, estima-se que cerca de 20% do efetivo ativo esteja se preparando para prestar concursos em 2025.

A maior parte da evasão tem ocorrido entre os militares mais jovens, a chamada Geração Z, composta por indivíduos nascidos após 1996, que hoje ocupam cargos como marinheiros, cabos, sargentos e tenentes. Até julho deste ano, foram registrados 642 pedidos de desligamento, sendo 308 provenientes da Armada e 334 dos Fuzileiros Navais.

Militares buscam oportunidades em outros órgãos públicos

Até o meio do ano, 1.562 integrantes da Armada e 1.506 Fuzileiros Navais manifestaram interesse em disputar vagas em concursos públicos de outras instituições, somando 3.068 militares. Caso essa tendência se mantenha, esse número pode se aproximar dos 6 mil até o final do ano, incluindo oficiais e praças.

Outro ponto revelado à revista Sociedade Militar foi que pelo menos oito oficiais superiores, entre eles, Capitães de Mar e Guerra, que representam o topo da hierarquia regular da Marinha, também demonstraram interesse em deixar a corporação para seguir novas carreiras por meio de concursos públicos.