A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal realiza nesta quarta-feira (3) mais uma etapa do julgamento que analisa a suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. A sessão, iniciada às 9h, é dedicada às sustentações orais das defesas dos quatro réus.

A ordem das falas foi definida previamente. O primeiro a ter seus argumentos apresentados foi o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional. Em seguida, os advogados de Bolsonaro defenderam o ex-presidente das acusações formuladas pela Procuradoria-Geral da República, que apontam para um plano de ataques às instituições democráticas.

O julgamento prosseguiu com as manifestações dos representantes legais do general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e, por fim, do general Walter Braga Netto, que foi ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022. Cada defesa teve até uma hora para se posicionar diante das acusações.

Nos documentos entregues ao STF no mês passado, os advogados de Bolsonaro afirmaram que a denúncia é “absurda” e baseada em um “golpe imaginado”, além de alegarem ausência de provas concretas e solicitarem a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.

A expectativa é que os trabalhos desta quarta se encerrem com todas as sustentações concluídas até o início da tarde. O julgamento será retomado na próxima semana, com a leitura do voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, que poderá sugerir a absolvição ou condenação dos acusados. Na sequência, votam os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Como a Turma é composta por cinco ministros, o resultado dependerá de ao menos três votos. A decisão final pode ser conhecida até o fim da semana, com sessões já previstas para terça, quarta e sexta-feira.