Uma operação do Ministério Público de São Paulo, realizada nesta segunda-feira (8), revelou que uma rede de hotéis localizados na região da Cracolândia, no centro da capital paulista, servia de fachada para um esquema de tráfico de drogas, exploração sexual e lavagem de dinheiro comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

Os estabelecimentos eram controlados pela família Moja, que atua na Favela do Moinho, e operavam como centros ilegais de consumo de drogas e prostituição, além de esconder o lucro obtido com atividades ilícitas. De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), camareiros de alguns desses hotéis chegaram a se tornar membros da facção.

Durante a ação policial, sete pessoas foram presas, entre elas Alessandra Moja, apontada como braço direito do irmão, Leonardo Moja, conhecido como Léo do Moinho, preso no ano passado. Alessandra se apresentava como líder comunitária, mas segundo a investigação, atuava para proteger os interesses da facção criminosa.

Fachada empresarial e lavagem de dinheiro

Os promotores identificaram que os hotéis usavam empresas legalizadas, como L.M. Moja Hotel e Hospedaria Barão de Piracicaba (Chonn Kap Hotel), para mascarar a origem do dinheiro obtido com o tráfico. Documentos, extratos bancários e recibos de hospedagem grampeados com anotações financeiras foram apreendidos e indicam que Léo do Moinho seria o real proprietário das operações.

Um contador em comum entre as empresas reforça, segundo os investigadores, o elo entre os negócios e a facção. Em um dos flagrantes, foram encontrados R$ 5 mil em espécie, junto a comprovantes de hospedagem.