O grupo farmacêutico dinamarquês Novo Nordisk, conhecido globalmente por seus medicamentos contra diabetes e obesidade, anunciou nesta quarta-feira (10) que irá demitir cerca de 9 mil funcionários, o equivalente a 11% de sua força de trabalho. A medida afeta os 80 países onde a empresa atua, sendo 5 mil cortes concentrados na Dinamarca.

A decisão ocorre em meio à crescente concorrência no mercado de tratamentos para obesidade, especialmente após o avanço da farmacêutica americana Eli Lilly, e visa uma reestruturação global. A empresa espera gerar uma economia de aproximadamente R$ 7 bilhões (US$ 1,3 bilhão) até o final de 2026.

Em comunicado, o CEO Mike Doustdar afirmou que o mercado de obesidade se tornou mais competitivo e orientado ao consumidor, o que exige da empresa uma estrutura mais enxuta e eficiente. “Precisamos usar nossos recursos com mais foco e investir onde houver maior impacto”, declarou.

A Novo Nordisk, que viu suas ações dispararem com o sucesso dos medicamentos Ozempic e Wegovy, chegou a se tornar a empresa mais valiosa da Europa. No entanto, desde o ano passado, o ritmo de crescimento desacelerou e as ações perderam força.

Além da concorrência, a empresa também sofreu com limitações de produção. A escassez abriu espaço para a fabricação de versões “compostas” de seus medicamentos por farmácias nos EUA, o que afetou ainda mais as vendas, mesmo após o fim da autorização emergencial em maio deste ano.

Diante desse cenário, a farmacêutica revisou pela terceira vez no ano suas previsões de lucro para 2025. Agora, estima crescimento operacional entre 4% e 10%, abaixo da estimativa anterior, que era de 10% a 16%.