O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu alta hospitalar nesta quarta-feira (17) após ser internado na véspera com crise de soluço, desidratação e queda de pressão arterial. Apesar da melhora clínica, Bolsonaro foi diagnosticado com um câncer de pele em estágio inicial, conforme informou o cirurgião Claudio Birolini, que lidera a equipe médica responsável por seu acompanhamento.

O diagnóstico é de carcinoma de células escamosas, tipo intermediário da doença, segundo Birolini. “Não é nem o mais benigno, nem o mais agressivo, mas pode ter consequências sérias se não tratado”, afirmou o médico a jornalistas.

A internação ocorreu um dia depois de Bolsonaro ser condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de tentativa de golpe de Estado e organização criminosa para se manter no poder após as eleições de 2022. O ex-presidente chegou ao hospital com frequência cardíaca elevada e pressão baixa. Segundo a equipe médica, ele também apresentava sinais de anemia, identificada após uma pequena cirurgia para retirada de lesões na pele realizada no domingo.

O histórico de saúde de Bolsonaro tem sido marcado por episódios recorrentes de soluços, vômitos e desconforto abdominal, condições que seus médicos atribuem a sequelas da facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018.

Além da condenação no STF, Bolsonaro também foi sentenciado nesta terça-feira (16) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por declarações consideradas discriminatórias contra pessoas negras. O caso se refere a uma fala feita em 2021, quando o então presidente associou o cabelo "black power" de um apoiador à ideia de sujeira. A ação civil foi movida pela Defensoria Pública da União (DPU) e pelo Ministério Público Federal (MPF).

Os advogados de Bolsonaro têm usado seu estado de saúde como justificativa para ausências nas sessões do STF. Agora, com a nova condição oncológica diagnosticada, o tratamento deverá entrar no radar jurídico e político do ex-presidente.