Oito homens armados e encapuzados invadiram o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira (18). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o grupo rendeu os seguranças na entrada da garagem e procurava por um paciente internado após ser atingido por nove tiros.

O ataque ocorreu por volta das 2h30 e causou pânico entre funcionários e pacientes. De acordo com testemunhas, ao menos um dos invasores usava um uniforme com identificação da Delegacia de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco), numa tentativa de despistar a vigilância. Os criminosos seguiram em direção ao centro cirúrgico, onde acreditavam que o paciente estaria, mas não o encontraram. Ele estava internado em outro setor do hospital e foi mantido sob custódia após o incidente. A Polícia Militar foi acionada e reforçou a segurança na unidade. Por recomendação da corporação, o paciente deve ser transferido.

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, classificou a situação como crítica. "Pacientes graves estavam sendo atendidos no CTI, cirurgias em andamento, profissionais transportando bolsas de sangue foram impedidos de seguir com o trabalho", relatou. Ele destacou ainda que episódios semelhantes têm se tornado mais comuns: "Este ano, tivemos que suspender o funcionamento de unidades 516 vezes por motivos de segurança. O número cresce a cada ano. Não há mais respeito pelas unidades de saúde. A polícia vem perdendo território e os prejuízos são cada vez maiores."

Segundo a Polícia Civil, milicianos teriam destruído a residência do paciente procurado, que pode ser testemunha de crimes investigados. Apesar do susto, ninguém ficou ferido durante a invasão ao Hospital Pedro II.