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Snipers de elite, conheça a silenciosa linha de defesa da PM de Alagoas
Treinados para agir com exatidão milimétrica, os atiradores de precisão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar de Alagoas formam uma elite silenciosa, decisiva em crises complexas que exigem neutralização rápida e estratégica de ameaças. A função, mais conhecida pelo termo em inglês sniper, vai além da execução de tiros de longo alcance. Trata-se de um operador de observação, inteligência e, sobretudo, preservação de vidas.
No contexto das operações especiais, a figura do atirador de elite se consolida como um dos pilares táticos da tropa. "O sniper é um vetor fundamental dentro da doutrina operacional. Sua presença oferece não apenas capacidade de neutralização seletiva, mas também um efeito dissuasório que amplia a segurança de reféns, inocentes e da própria tropa", afirma o comandante do Bope, tenente-coronel Diego Sarmento, que também atua como atirador de precisão.
Em Alagoas, a atuação dos snipers já foi determinante para resolver ocorrências sem a necessidade de escalada do uso da força. A atuação do atirador, porém, é restrita e só ocorre com autorização direta do comando. Seu papel exige discrição absoluta: dentro e fora do serviço, sua identidade é preservada para não comprometer futuras ações.
Na estrutura da PM alagoana, os snipers operam como parte de um “sistema de arma”, que inclui o fuzil de precisão, dispositivos ópticos, acessórios de apoio e sensores climáticos. O Bope atualmente utiliza o fuzil americano AR-10 SuperSASS, mas aguarda a chegada do modelo B&T APR 308, de tecnologia suíça. Cada policial conta com armamento individual e específico, adaptado à sua atuação.
Um dos operadores, identificado na reportagem apenas como “Sniper 1”, explica que o sucesso de uma ação depende da capacidade de leitura do cenário, do controle emocional e da coleta precisa de dados. Entre os equipamentos utilizados estão leitores climáticos, telêmetros e lunetas, além de munição calibrada para cada missão. A meta é eliminar a ameaça sem riscos colaterais. "Há uma regra universal: o atirador de precisão não pode errar. Qualquer erro pode custar uma vida", resume.
O ponto de impacto, em casos extremos, deve ser o bulbo raquidiano do agressor — responsável por funções vitais como batimentos cardíacos e respiração — o que garante neutralização instantânea e impede reações involuntárias que poderiam colocar reféns em risco.
Outro princípio fundamental é a furtividade. Camuflado e posicionado para “ver sem ser visto”, o sniper deve dominar o ambiente ao seu redor. “A técnica da camuflagem é essencial. A vantagem tática está em não ser identificado, nem no momento da ação nem fora dela. Isso protege o operador e o sucesso da missão”, explica o militar.
O atirador não atua sozinho. Ele conta com o apoio de um “spotter” — observador que utiliza uma luneta de espotagem para fornecer dados complementares ao disparo. É um trabalho de dupla, silencioso, preciso e sincronizado.
Durante anos, os policiais alagoanos buscaram essa especialização fora do estado, especialmente junto ao Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal e à PM do Mato Grosso. Em 2025, porém, Alagoas deu um passo decisivo: realizou o primeiro Curso de Atirador Policial de Precisão (CAPP), promovido dentro do próprio estado.
Com 335 horas de instrução prática e teórica, o curso foi concluído por sete agentes: um soldado, três cabos, um sargento, um capitão da PM e um policial rodoviário federal. Para o comandante do Bope, a criação do CAPP marca uma nova fase para a corporação. “Conseguimos formar nossos próprios snipers com qualidade técnica reconhecida nacionalmente. Isso representa independência, profissionalismo e um ganho real na capacidade de resposta frente às crises modernas”, destacou.
Ao lado dos negociadores e dos explosivistas, os atiradores de precisão fecham o tripé tático das operações especiais em Alagoas. No silêncio da mira, eles carregam a responsabilidade de decisões irreversíveis. E operam com a frieza de quem sabe que, às vezes, preservar vidas exige um único disparo.
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