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Receita Federal e MP-SP desmantelam rede de 60 motéis usados pelo PCC para lavar dinheiro

Estabelecimentos movimentaram mais de R$ 450 milhões entre 2020 e 2024; esquema também envolvia restaurantes, imóveis e franquias

Por Redação com agências 25/09/2025 12h12
Receita Federal e MP-SP desmantelam rede de 60 motéis usados pelo PCC para lavar dinheiro

A Receita Federal e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) revelaram nesta quinta-feira (25) a existência de uma rede com cerca de 60 motéis registrados em nomes de laranjas, usados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para lavar dinheiro do crime organizado. As investigações fazem parte da Operação Spare, que também mira o envolvimento da facção nos setores de combustíveis e jogos de azar.

Segundo os investigadores, os motéis movimentaram mais de R$ 450 milhões entre 2020 e 2024. Parte desse valor foi convertido em lucros e dividendos, com R$ 45 milhões sendo distribuídos aos sócios ocultos ligados à facção criminosa. Em um dos casos, 64% da receita bruta declarada por um motel foi destinada à distribuição de lucros, o que levantou suspeitas sobre a real finalidade da operação.

O esquema também envolvia restaurantes localizados dentro dos motéis, cada um com CNPJ próprio. Um desses estabelecimentos declarou uma receita de R$ 6,8 milhões entre 2022 e 2023, com R$ 1,7 milhão distribuído em lucros, porcentagem considerada fora dos padrões para o segmento.

As autoridades destacam ainda a utilização do setor imobiliário como estratégia de ocultação de patrimônio. Um dos CNPJs controlados pelo grupo comprou um imóvel de R$ 1,8 milhão em 2021, enquanto outro adquiriu um bem no valor de R$ 5 milhões em 2023.

Além dos motéis, a investigação identificou o envolvimento do grupo criminoso em lojas de franquias e até empreendimentos na construção civil, demonstrando um modelo empresarial diversificado com o objetivo de legalizar recursos oriundos do tráfico de drogas e de outras atividades ilícitas.

A Operação Spare segue em andamento, e novas fases devem ocorrer nos próximos meses. A Receita e o MP-SP não divulgaram, até o momento, nomes dos envolvidos.

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