O Instituto Médico Legal Estácio de Lima (IML) anunciou, nesta sexta-feira (26), novos avanços nas investigações relacionadas aos dois corpos carbonizados encontrados no interior de um Fiat Uno, às margens da AL-101 Sul, em Marechal Deodoro, na última semana. De acordo com os peritos, os exames realizados confirmaram que as vítimas, ambos homens, foram assassinadas a tiros antes de o veículo ser incendiado.

O perito médico legista Luiz Mansur, que coordenou os exames, detalhou que os corpos foram submetidos a um scanner especializado. Em um dos cadáveres, as imagens de raio-x revelaram a presença de um projétil, que foi cuidadosamente retirado e armazenado para possíveis comparações balísticas, caso uma arma seja localizada. No outro corpo, foi identificada uma perfuração de projétil no crânio, o que reforça a hipótese de que as vítimas foram executadas antes do incêndio.

Além das análises balísticas, os exames de identificação também avançaram. O perito odontolegista João Alfredo explicou que um dos corpos sofreu danos tão graves devido ao fogo que inviabilizou a identificação por métodos convencionais, como os antropológicos, odontológicos e papiloscópicos. Nesse caso, a equipe do IML recorreu à extração de DNA de um fragmento preservado. O material foi enviado para o Laboratório de Genética Forense da Polícia Científica, onde será comparado com amostras fornecidas por familiares.

Porém, a identificação de uma das vítimas já foi concluída. Após a família comparecer ao IML e fornecer uma ficha odontológica e fotografias que mostram o sorriso do homem em vida, foi possível realizar o reconhecimento. De acordo com João Alfredo, a comparação entre as estruturas dentárias e os documentos fornecidos pela família revelou seis pontos compatíveis, confirmando a identidade da vítima como Carlos Alexandre Gouveia dos Santos, de 20 anos, natural de São Miguel dos Campos e residente em Barra de São Miguel. Com a identificação oficial, o corpo foi liberado para sepultamento.

A investigação segue em andamento, com o IML e o Laboratório de Genética Forense trabalhando juntos para identificar a segunda vítima. O prazo inicial para a conclusão dos exames de DNA é de dez dias, mas esse período pode ser estendido devido à complexidade do processo de extração e análise do material biológico.