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Marilena Chaui volta a dizer que odeia a classe média: “Até o fim dos meus dias”
Aos 84 anos, filósofa critica neoliberalismo, cultura do cancelamento e diz que não quer fazer parte do século 21
A filósofa e professora emérita da USP, Marilena Chaui, voltou a causar polêmica ao repetir uma das declarações mais controversas de sua carreira: o ódio à classe média. Em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada neste domingo (27), aos 84 anos, ela afirmou: “Odeio a classe média até o fim dos meus dias. A classe média funciona oprimindo os dominados e bajulando os dominantes. Por isso, é odiosa.”
A fala reacende a controvérsia iniciada em 2012, quando, em um evento com o então ex-presidente Lula, ela já havia chamado a classe média de “violenta, ignorante e fascista”, gerando críticas da direita e também de setores da própria esquerda.
Na nova entrevista, Marilena reafirma sua formação marxista e diz que continua a interpretar a sociedade a partir das relações econômicas de classe. Para ela, a classe média é um “cimento ideológico” que sustenta o capitalismo ao aspirar à burguesia enquanto teme se aproximar da classe trabalhadora. Ela também relaciona o avanço do neoliberalismo ao enfraquecimento da esquerda, dizendo que a ideia do “empresário de si mesmo” dissolveu a consciência de classe e abriu espaço para a ascensão de uma extrema direita cada vez mais organizada e identitária.
Apesar de reconhecer a importância dos movimentos identitários na conquista de direitos, Marilena vê riscos na fragmentação das pautas progressistas. Para ela, esse tipo de divisão interna pode dificultar a formação de uma frente unificada contra a extrema direita. A filósofa também criticou duramente a cultura do cancelamento, que classificou como um “assassinato socialmente aceito”.
Segundo ela, o cancelamento destrói reputações e pode ter consequências graves, especialmente entre os mais jovens, podendo levar até ao suicídio.
Longe das redes sociais e crítica ao mundo digital, Marilena se define como alguém deslocada no tempo. Disse que não usa aplicativos, mal lida com o celular e vê os dispositivos como uma “nova caverna de Platão”, que empobrece a linguagem e limita a experiência humana. Em tom definitivo, concluiu: “Nasci na primeira metade do século 20 e não vou entrar no século 21. Não quero, não vou, estou fora.”
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