Alagoas

Violência

"Amanhã vai ter derramamento de sangue" ameaçou aluno da UFAL

Segundo conversas disparadas de grupos das redes sociais dos alunos o calouro do curso de Economia teria ofendido colegas de chipanzé e feito ameaças

15/09/2022 11h11
'Amanhã vai ter derramamento de sangue' ameaçou aluno da UFAL

O caso de racismo e ameaça de agressões de um estudante da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Ufal (Feac) num grupo de Whatsapp surpreendeu a comunidade universitária nesta quarta-feira (14).

Segundo informações contidas no Twitter da ANCAP DA FEAC, o desrespeito aos colegas era habitual em apenas duas semanas de aula o estudante criou uma antipatia enorme entre os estudantes.

Frases atribuídas a ele chocam pelo machismo, desprezo à mulheres, e desrespeito a homossexuais. "Tem que proibir essas mulheres no próximo...Falação de merda da porra". Eu sou disparadamente o melhor calouro da turma"; "Fui fazer a seleção do pet, passsou umas lezeiras e eu não. Os caras devem tirar o critério do c*". Em outra frase dispara: "Eu não dependo absolutamente de vocês em nada. Vocês são completamente insignificantes."

Mas quando as ofensas e ameaças se tornaram mais sérias, todo mundo ficou preocupado. Segundo conversas das redes sociais, ele teria ofendido colegas de chipanzé e outro de vagabundo.

Mas o que ninguém esperava é que ele ía surtar e iria ameaçar derramamento de sangue na instituição.

Em outro print atribuído ao suspeito, ele nega as ameaças e afirma não que há motivo para pânico e que não irá processar ninguém.

Cabe agora a Polícia Federal investigar se as ameaças e ofensas foram verdadeiras. Um boletim de ocorrência foi realizado na Polícia Federal (PF) e os pais do aluno já teriam sido contatados. Por questões de prevenção, a Ufal entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública para reforçar o patrulhamento no Campus A. C. Simões.

Posicionamento da UFAL


O caso está sendo acompanhado de perto pela direção da Feac e Gestão Superior da Ufal. O reitor Josealdo Tonholo estava em Brasília e, assim que foi comunicado, se reuniu em teleconferência com a equipe de inteligência da Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Federal para tomar medidas imediatas.

“Nós abrimos um processo administrativo em conjunto com a direcão da Feac e remetemos todas as provas que estão postas tanto para o Comando da Polícia Militar/SSP quanto para a Polícia Federal. Esse processo administrativo vai ter repercussões do ponto de vista acadêmico porque nós também vamos apurar as responsabilidades acadêmicas, já que isso está trazendo prejuízo para as nossas atividades”, adiantou Tonholo.

De acordo com o Ofício enviado ao Gabinete da Reitoria pela direção da Feac “prints de conversas de um estudante do primeiro período nos quais, além de diversas ameaças físicas, racismo e misoginia contra outros estudantes, o referido aluno, em uma mensagem específica afirma ao amigo: ‘Quinta-feira. Não vá para aula. Confie em mim, não vá. Eu já conversei demais, eu vou execrar aqueles merdas na base do sangue’".

A Polícia Federal já entrou em contato com o aluno e a família. Pelo teor das informações recebidas, o estudante expressa opiniões racistas e "anarcocapitalistas", com ameaças de ações de violência serial. Dada a complexidade das ameaças pode haver tipificação como um crime de segurança nacional.

“Nós lamentamos profundamente que esse tipo de comportamento exista numa universidade que tem como finalidade diminuir as desigualdades e trazer desenvolvimento e qualidade de vida para um Estado que já é tão sofrido. Comportamentos desse tipo não ajudam em nada na construção de um mundo melhor. Comportamentos desse tipo são deploráveis e não vão ser tolerados por essa instituição”, reforçou Tonholo.

Um comunicado emitido pela Feac suspendeu as aulas desta quinta-feira (15), considerando os traumas gerados naquele ambiente pelas declarações do estudante. Representantes da unidade acadêmica devem se reunir hoje para refletir sobre o acontecido.

O reitor informou que o expediente na Ufal segue normalmente nas demais unidades e setores já que todas as providências foram tomadas relativas à segurança do campus, com policiamento reforçado a partir do acionamento da Secretaria de Segurança Pública.

“O fato é que toda e qualquer ação ou expressão que traga riscos eminentes à nossa comunidade ou ataque os direitos fundamentais de segurança e de liberdade de expressão serão responsabilizados no âmbito da Ufal.

Nós temos que ser absolutamente intolerantes contra toda e qualquer tentativa de ataque desse tipo, seja ao aos nossos estudantes, aos nossos técnicos, aos nossos docentes, seja aos direitos, liberdade, sejam casos de racismo, xenofobia... Essas atitudes vão ter a responsabilização tanto do ponto de vista acadêmico quanto do ponto de vista é legal”, destacou o reitor.

O reitor ressaltou ainda que toda a Ufal está solidária com a comunidade da Feac e que serão providos os meios necessários para mitigar os traumas pessoais e institucionais porventura gerados por esta situação. Tanto a Gestão da Ufal quanto a direção da Feac estão atentas e em permanente vigília sobre o tema.“

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