Em uma operação reveladora, o delegado Igor Diego, da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), divulgou detalhes de um esquema de desvio de verba que envolvia uma agente da Polícia Civil e seus familiares. Segundo Diego, cada um dos nove parentes da agente recebia mensalmente R$ 40 mil de forma fraudulenta, valor muito superior à verba de alimentação regular, que normalmente é inferior a R$ 1 mil.

"O esquema operava desde janeiro até maio deste ano com esses valores, mas há evidências de que outros desvios ocorreram ao longo dos últimos dez anos", afirmou o delegado. A operação, deflagrada na terça-feira (26), resultou na prisão da agente e de seis de seus familiares, incluindo seu marido e seu irmão, ambos sargentos da Polícia Militar (PM); sua irmã, estagiária do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL); sua mãe; além de outros dois membros da família – um irmão e um cunhado.

Além dos presos, outras três pessoas estavam envolvidas nos pagamentos fraudulentos: a avó da agente, de 85 anos, e os tios de seu marido. "A modernização na gestão da Polícia Civil foi crucial para a descoberta desse esquema. Ela era a única responsável por esses pagamentos e, por ser uma pessoa de confiança, conseguiu ocultar suas ações por tanto tempo", explicou Igor Diego.

O Ministério Público do Estado de Alagoas colaborou integralmente com a investigação, especialmente no caso da irmã estagiária, deixando claro que o desvio envolvia apenas verba pública da Polícia Civil.

A operação abrangeu o cumprimento de sete mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em Maceió e Colônia Leopoldina. Durante as buscas, foram apreendidos sete veículos, incluindo três de luxo, joias, escrituras de imóveis, celulares, notebooks, relógios, iPads e maquinetas de cartão de crédito.

Esta operação expõe uma rede de corrupção que se beneficiou de confiança e posições estratégicas dentro da Polícia Civil, ressaltando a importância da transparência e do controle interno para prevenir fraudes desse tipo.