Alagoas

Saúde

Projeto Respirar assiste bebê internado no HGE com problema respiratório

Com a realização de uma avaliação endoscópica global é possível entender o quadro e adotar as melhores condutas.

Por Redação com Assessoria 05/09/2024 14h02
Projeto Respirar assiste bebê internado no HGE com problema respiratório
Foto: Micael Oliveira / Ascom HGE

O Projeto Respirar, implementado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), segue ativo e sendo decisivo para a saúde e bem-estar de várias crianças. Com a busca ativa e a notificação de profissionais, uma equipe especializada é acionada e transportada até os hospitais da Rede Estadual de Saúde, onde realizam o diagnóstico das patologias que causam dificuldades respiratórias, com o suporte de uma unidade móvel de atendimento de via aérea.

O Ambulatório de Via Aérea Pediátrica, o primeiro em território alagoano, está estruturado no Hospital da Mulher (HM), no bairro Poço, em Maceió. É para este endereço que as crianças, já assistidas pelos especialistas, são direcionadas após a alta hospitalar, bem como, aquelas cujos profissionais nas unidades de saúde identificam a necessidade de avaliação e solicitam o agendamento através do Sistema de Regulação Estadual (Sisreg).

Para o secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, o Projeto Respirar é extremamente desafiador, porque possibilita levar uma equipe de especialistas para dentro das UTIs, visando realizar diagnósticos precisos e que diminuem o tempo de internação, evitam a traqueostomia infantil e favorecem a rápida reabilitação das crianças. "O impacto que uma traqueostomia tem em uma criança é enorme, porque ela para de falar muitas vezes, não consegue se alimentar corretamente, não sente cheiro, a cognição pode ficar muito atrasada e a criança pode deixar, inclusive, de ir à escola, já que a maioria não tem o preparo para recebê-la. Por isso, todo o nosso esforço para criar este serviço para o povo alagoano”, frisou o gestor da saúde alagoana.

Beneficiado


A dona de casa Renata dos Santos, de 22 anos, disse que esse é o seu terceiro filho, o primeiro com esse ruído respiratório. Na saga pela resolução do problema, vários diagnósticos diferentes foram dados nas unidades de saúde, entre eles os de síndromes virais e bronquiolite. Sem melhora, a equipe médica de uma unidade de saúde de Paripueira, cidade que a família reside, solicitou a transferência para o Hospital Geral do Estado (HGE), na capital alagoana.

“Além do ruído na respiração, ele apresentou cansaço, tosse, coriza e muita secreção. Quando chegou aqui no HGE, os pediatras orientaram a lavagem do nariz, o uso de um cateter com oxigênio e medicações. Sem melhora, foi preciso interná-lo na UTI [Unidade de Terapia Intensiva] Pediátrica. Nesse momento, ele já sofria com insuficiência respiratória, mas eu estava confiante, pois ele já recebia o melhor atendimento”, afirmou Renata dos Santos.

Sem o diagnóstico definido, a equipe multidisciplinar do Projeto Respirar foi requisitada e entendeu a necessidade de utilizar um aparelho bem fino e muito moderno para analisar como acontece a respiração do bebê, o videonasofaringoscópio. O procedimento foi realizado em uma das salas do centro cirúrgico da maior unidade de Urgência e Emergência do Estado, com a participação de diferentes especialistas.

O Procedimento


Com a criança acordada, no colo da mãe, foi inserido um fino aparelho, por via oral e nasal, para avaliar como ela respirava quando acordada, observando a dificuldade real da ventilação dela, segundo explicou o cirurgião torácico Wander Mattos. "Em seguida, com o bebê sedado, complementamos o exame, analisando outros aspectos técnicos que podem gerar novos diagnósticos. Quando a gente termina, então juntamos todas essas peças e chegamos a um diagnóstico bem mais preciso e assertivo, e que possibilita incluir a criança em uma linha de cuidado direcionado para a sua patologia, garantindo, não só uma monitorização adequada da criança na linha de cuidado, mas, também, a intervenção quando for necessária”, detalhou o especialista.

No caso do filho de Renata, após o diagnóstico de estenose subglótica congênita, uma anomalia gerada na formação da criança no útero materno que pode na maioria dos casos ser muito limitante à respiração, foi necessário a realização de uma traqueostomia de proteção em caráter temporário para garantir a segurança respiratória da criança. Apesar dessa necessidade imediata, a Sesau, através do Projeto Respirar, garante assistência especializada também no âmbito ambulatorial, que será capaz de conduzir a criança até uma solução cirúrgica definitiva. Hoje toda linha de cuidado, apesar de bastante complexa, é garantida pelo Estado de Alagoas.

Agora, o bebê continua internado na Pediatria do HGE. A expectativa é de que, com o acompanhamento da equipe especializada, essa condição seja superada com maior rapidez. Isso porque, ele e todos os demais pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), recebem o tratamento que precisam, pelas mãos de profissionais qualificados e equipamentos de última geração.

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