Notícias

Cenário eleitoral de 2026

Dólar sobe após Bolsonaro confirmar apoio a Flávio nas eleições de 2026

Por Redação com agências 26/12/2025 15h03
Dólar sobe após Bolsonaro confirmar apoio a Flávio nas eleições de 2026

O dólar opera em alta nesta sexta-feira (26), com a retomada das negociações no Brasil após o feriado de Natal, em meio à repercussão da carta do ex-presidente Jair Bolsonaro na qual ele declara apoio à candidatura do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), à Presidência da República em 2026. Por volta das 10h12, a moeda norte-americana avançava 0,41%, cotada a R$ 5,554, enquanto o Ibovespa recuava 0,35%, aos 159.883 pontos. No texto, Bolsonaro fala em continuidade política, menciona disputas que afirma enfrentar e oficializa a indicação de Flávio como pré-candidato, mesmo estando preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde cumpre pena por tentativa de golpe de Estado.

A movimentação ganhou peso no mercado financeiro diante do desempenho de Flávio em pesquisas eleitorais recentes, o que levanta preocupações sobre a fragmentação da oposição ao governo Lula (PT). Na pesquisa Bloomberg/AtlasIntel divulgada na quinta-feira (18), o senador aparece com 21,3% das intenções de voto, à frente do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que soma 15%, enquanto Lula lidera com 47,9%. Para analistas, a divisão da oposição pode favorecer a reeleição do atual presidente e reforçar a expectativa de continuidade de uma política fiscal mais expansionista.

Segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, o mercado vê Flávio como competitivo para chegar ao segundo turno, mas com dúvidas sobre sua capacidade de vitória. Ele avalia que nomes mais ao centro, como alguns governadores, poderiam atrair eleitores da direita e também parte do eleitorado que não se identifica com polos ideológicos, algo que Flávio teria mais dificuldade de fazer. Esse cenário fortalece apostas na manutenção do atual governo e pressiona ativos domésticos.

Especialistas ressaltam que, mais do que o nome do próximo presidente, o mercado está atento à condução da política fiscal a partir de 2027. A avaliação é de que o nível atual de juros, considerado restritivo, reflete a percepção de aumento dos gastos públicos. Uma eventual vitória da oposição poderia, em tese, reduzir essa pressão fiscal e abrir espaço para cortes na taxa Selic, beneficiando a Bolsa e o câmbio. Com a disputa fragmentada entre Flávio Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, investidores vêm desmontando posições associadas ao chamado “Tarcísio Trade”, estratégia que apostava em valorização mais intensa dos ativos brasileiros em caso de vitória do governador paulista.

No mercado de câmbio, o Banco Central anunciou a realização de dois leilões de linha às 10h30, no total de US$ 2 bilhões. Nessa operação, a autoridade monetária vende dólares com compromisso de recompra futura, com liquidação prevista para 30 de dezembro e recompras em fevereiro e maio de 2026. A medida ajuda a aliviar a pressão sobre o dólar em um período marcado por maior volume de remessas ao exterior, impulsionadas pelo pagamento de dividendos e pela antecipação de envios antes do início da cobrança de Imposto de Renda sobre essas operações. A partir de janeiro, entra em vigor a alíquota de 10% sobre remessas ao exterior e também a taxação de 10% sobre dividendos acima de R$ 50 mil mensais.

Mais cedo, o Banco Central informou ainda que as concessões de crédito no país caíram 6,6% em novembro na comparação com outubro, enquanto o estoque total de crédito avançou 0,9%, alcançando R$ 6,972 trilhões.

WhatsApp

Receba notícias do Em Tempo Notícias no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar a nossa comunidade:

https://chat.whatsapp.com/K8GQKWpW3KDKK8i88Mtzsu