Alagoas
Cristiano Matheus manda moradora 'tomar seu leitinho' em grupo de WhatsApp
Debate começou após mulher questinar o candidato a vice-prefeito sobre merenda escolar.
Cristiano Matheus (PL), candidato a vice-prefeito de Marechal Deodoro ao lado de Júnior Dâmaso (Republicanos), mandou uma moradora "tomar seu leitinho" em um grupo de WhatsApp.
O episódio, revelado por membros do grupo que preferiram manter anonimato, aconteceu após a moradora questionar a merenda escolar, um problema relatado durante a gestão anterior de Matheus como prefeito.
O debate começou quando Cristiano enviou músicas e figurinhas no grupo. A moradora, insatisfeita com a situação, perguntou: “Cadê a merenda?”. Matheus respondeu de forma provocativa:
“A merenda está aqui em casa, vem tomar seu leitinho que ainda dá tempo.” - Cristiano Matheus, candidato a vice-prefeito em Marechal DeodoroA moradora contestou, mencionando a falta de merenda nas escolas. Matheus continuou com uma resposta desrespeitosa: “Do leite transformei ele gogó, tá bem quentinho, corre que a mamadeira está lotada.”
Em seguida, a moradora rebateu: “Deve estar mesmo, porque na escola, na época, não tinha”. Matheus continuou: “Do leite transformei ele gogó, tá bem quentinho, corre que a mamadeira está lotada”. O comentário gerou indignação entre os participantes do grupo, que consideraram a resposta ofensiva e desrespeitosa.
A reportagem do EXTRA tentou contato com o candidato, mas sem sucesso. O espaço segue aberto para futuros esclarecimentos por parte do candidato.
Condenado por desvio de merenda
Cristiano Matheus foi condenado por irregularidades na aplicação de recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) durante sua gestão em 2012. O processo, registrado sob o número 0805887-50.2016.4.05.8000, revelou que as empresas contratadas receberam pagamentos sem entregar as mercadorias, afetando diretamente a alimentação dos alunos da rede municipal. A sentença também trata de superfaturamento de preços de outras mercadorias.
Cristiano Matheus foi considerado culpado pela prática de improbidade administrativa, com sanções que incluem a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por 12 anos e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios pelo mesmo período. As empresas envolvidas e seus sócios também foram condenados a ressarcir aos cofres da União e da Prefeitura de Marechal Deodoro os valores do dano aos cofres públicos, totalizando mais de R$ 1 milhão.
Essa não é a primeira vez que Cristiano Matheus enfrenta problemas judiciais. Afastado do cargo de prefeito de Marechal em 2016, devido a outras denúncias do Ministério Público Federal, ele tem uma trajetória marcada por acusações de irregularidades.
A defesa alega que o ex-prefeito não cometeu improbidade administrativa, pois os atos questionados “eram de gestão normal”. Alega ainda que não houve dano ao erário, e que Cristiano não agiu de forma dolosa.
*O Jornal Extra
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