Alagoas

Aperto no Cerco

Arma Confirma Envolvimento em Homicídio de Adolescente

Exame balístico revela que pistola apreendida na casa do suspeito foi utilizada no assassinato de Ana Beatriz em Maceió.

Por Redação com Assessoria 27/09/2024 17h05
Arma Confirma Envolvimento em Homicídio de Adolescente
Foto: Ascom Polícia Científica

As Polícias Científica e Civil de Alagoas divulgaram, nesta sexta-feira (27), o resultado do exame de confronto balístico realizado na arma apreendida na casa de Albino Santos de Lima, de 42 anos, acusado de matar uma adolescente de 13 anos. O resultado da perícia confirmou que a pistola, calibre 380, foi a mesma usada para matar Ana Beatriz em agosto deste ano, no bairro Levada em Maceió.

Suely Mauricio, perita criminal responsável pelo exame, explicou como o procedimento foi realizado com o auxílio do microcompadorador balístico. No equipamento, ela confrontou os três projéteis removidos do cadáver da vítima, e os estojos encaminhados pela Delegacia de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP) com as amostras padrões produzidas com as munições que vieram com a arma apreendida.

Na perícia de balística, o perito criminal identifica se o percursor da arma apreendida é o mesmo que percutiu as cápsulas de espoletamento daqueles estojos. O exame também confronta os projéteis com os padrões da arma, para confirmar se eles possuem os mesmos micro-raiamentos que existem no cano da pistola, características individuais que identificam o armamento.

“Nesse caso, as marcas de percussão entre os materiais questionáveis encontrados no corpo da vítima, do local de crime e os padrões produzidos com a arma foram convergentes absolutamente de forma inequívoca. Então dá para dizer, sem nenhuma sombra de dúvida, que os estojos foram percutidos pela percussão dessa arma e que os projetos foram propelidos pelo cano dessa pistola apreendida”, afirmou Suely Mauricio.

O delegado Francisco Medson, que preside o inquérito policial, falou que nesta sexta-feira (27) foi dado mais um passo importante e decisivo nessa investigação. Ele destacou que logo após o crime, a investigação foi iniciada com a coleta de depoimentos, a análise de imagens, até chegar na possível arma do crime, cujo exame pericial concretiza que foi realmente a arma utilizada no homicídio da adolescente.

“Quando você aponta a autoria pra alguém baseado em depoimentos e, às vezes, poucos depoimentos, é uma situação; mas quando você consegue chegar a provas objetivas, inequívocas como essa que hoje é produzida pela perícia, realmente não deixa sombra de dúvida da autoria. A gente ainda trabalha em outras provas, outros elementos que estão sendo periciados, como celular e vestes do autor para concluir o inquérito e remetê-lo à justiça”, destacou Francisco Medson.

Delegada Tacyane Ribeiro, coordenadora da DHPP, afirmou que a partir da apreensão da arma que pertence ao pai do acusado, um militar da reserva, outros crimes podem ser esclarecidos.

“Fizemos uma relação, iniciamos com a comparação do caso da Ana Beatriz, que deu positivo, e vamos passar para outros casos de homicídios, em torno de oito vítimas, que essa arma pode estar envolvida. Então, as investigações quanto aos outros inquéritos estão em andamento, e tudo leva a crer que realmente essa arma apreendida, no decorrer da busca e apreensão do inquérito da Ana Beatriz, tem envolvimento em outros crimes”, explicou a delegada.

Durante a coletiva, o chefe do Instituto de Criminalística de Maceió (ICM), perito criminal Charles Mariano, adiantou que a perícia no celular de Albino Santos já foi iniciada. Ele também confirmou que os estojos e projéteis da pistola do caso Ana Beatriz serão inseridos no Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB) e do Banco Nacional de Perfis Balísticos (BNPB).

“Mesmo tentando apagar informações do aparelho, a perícia no celular já obteve resultados positivos de recuperação de dados e, em breve, o laudo será concluído e enviado para a DHPP. Também iremos inserir os elementos balísticos examinados nesse caso na base de dados nacional, que poderá resultar em uma lista de possíveis correlações até fora de Alagoas”. Concluiu o chefe do ICM.

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