Mais de 500 pessoas em Maceió foram vítimas de um esquema fraudulento envolvendo o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Os golpistas cobravam valores entre R$ 400 e R$ 1.500, via PIX, em troca de falsas garantias de acesso a moradias populares. O golpe utilizava redes sociais, aplicativos de mensagens, documentos falsificados e até reuniões para dar credibilidade à fraude.

Uma das vítimas, que acreditava estar garantindo uma casa no Residencial Reserva das Águas, no bairro Cidade Universitária, relatou ter pago R$ 400 e recebido documentos que aparentavam ser emitidos pela Caixa Econômica Federal. “Parecia tudo real. Foi uma grande decepção descobrir que era mentira”, disse à TV Gazeta.

Os golpistas chegaram a envolver o nome da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Habitacional de Maceió, utilizando uma mulher que se apresentava como funcionária da pasta. Áudios compartilhados em grupos reforçavam as promessas e instruíam as vítimas a procurar pessoas específicas na secretaria.

O esquema foi desmascarado quando algumas vítimas tentaram participar da entrega de imóveis no Parque da Lagoa, no bairro do Vergel, e descobriram que seus nomes não estavam cadastrados no programa oficial.

Golpe atingiu várias regiões da cidade

No bairro Chã do Bebedouro, pelo menos sete mulheres também foram enganadas. Algumas pagaram até R$ 1.500 e receberam documentos falsos simulando contratos da Caixa Econômica. Rayane Valéria da Silva, uma das vítimas, relatou que, ao efetuar o pagamento, recebeu uma carta para indicar os futuros moradores da casa. “Parecia tudo oficial. A promessa de um lar era muito tentadora, mas tudo desmoronou”, lamentou.

Prejuízos emocionais e financeiros

Além do prejuízo financeiro, as vítimas relataram profunda decepção. “Perdi meu dinheiro e minha esperança. Meu sonho era dar um lar melhor aos meus filhos”, disse Rayane.

Esclarecimentos da Prefeitura de Maceió

A Prefeitura reforçou que não há cobrança de taxas para cadastro em programas habitacionais e que não existem intermediários autorizados. Orientou ainda que os interessados busquem informações exclusivamente pelos canais oficiais.

O caso segue em investigação, e as autoridades alertam para que possíveis vítimas registrem boletim de ocorrência para contribuir com as apurações.