Wadson Regis

* Este texto não reflete necessariamente a opinião do Em Tempo Notícias

É só falar com o Presidente

12/12/2025 12h12
É só falar com o Presidente

Enquanto os iguais insistem em adivinhar o que pensam e o que fazem os pré-candidatos ao protagonismo nas eleições de 2026, opto pelo mundo real, em defesa da vida de muitos que, a cada dois anos, são obrigados (pela Justiça) a saírem de suas casas para votar. Há a opção de justificar, mas a maioria do povo não tem conhecimento para os trâmites exigidos pela Justiça Eleitoral. As consequências para quem não for à urna são muitas, como não obter passaporte e a carteira de identidade, não poder se inscrever em concurso ou prova para ocupar cargo ou função pública, nem ser empossado, além de incorrer em multa de 3 a 10% do valor do salário-mínimo. Ir votar é a melhor opção, mesmo que seja para anular.

Disto isto, escrevo pela última vez neste ano para falar sobre a negligência dos nobres protagonistas da nossa política, que falam demais, prometem demais e até entregam muito, mas, atuar pela transformação social e econômica do Estado são poucos. O problema é antigo, desde 1941, mas vamos pegar de 2010 para os dias atuais, porque naquele ano as cidades localizadas nos vales do Mundaú e Paraíba, mais São Miguel dos Campos, Santana do Ipanema, Jundiá e Matriz do Camaragibe, por exemplo, moradores perderam familiares, casas, comércios e plantações. A cada inverno o terror toma conta de milhares de alagoanos. Com as enchentes, o Governo federal gastou mais de 10 bilhões em Alagoas. O projeto para a construção das barragens custa 10% desse valor. Não precisa falar mais nada. É esperar o próximo inverno, rezar, orar e sofrer, porque até maio de 2026 não há possibilidade de barragem pronta, porque o projeto, elaborado e entregue ao Governo de Alagoas em 2014, está sendo refeito, sob a alegação de ser muito caro (kkkkk – se não fosse trágico).

O mesmo ocorre com o Canal do Sertão. São 40 anos de espera. O povo sertanejo e de boa parte de Agreste ainda não tem água em 100% de suas casas, os produtores rurais não têm água para as plantações, e a pecuária, que tem tudo para ser um dos carros-chefes da economia deste Estado, dependem dos carros-pipas, nas famosas operações carro-pipa, coordenadas pelo Exército.

Pelo tempo de vida pública, pela importância que tiveram alguns, na condição de ministros de Estado, os poderosos e influentes Renan Calheiros (presidente do Congresso Nacional por quatro vezes e aliado do poder desde sempre, com exceção do Governo Bolsonaro); Arthur Lira (presidente da Câmara nos governos Bolsonaro e Lula, além de líder do bloco que pauta o Brasil); Isnaldo Bulhões, na condição de relator do Orçamento Geral da União e o ótimo Ministro dos Transportes, Renan Filho, pelo poder e importância que conquistou no governo Lula e pela capacidade de entrega que lhe é peculiar... todos, deveriam ter vergonha nos comícios, caminhadas e carreatas, quando passarem acenando pelas dezenas de cidades castigadas pelas enchentes e falta d’água.

As articulações eleitorais acontecem o ano inteiro. Os leigos da imprensa que optam pelas suposições perdem tempo e enchem a cabeça do povo desavisado. Este é meu último manifesto sobre esse tema, mas em 2026 vou atuar mais frontalmente para que o povo cobre o compromisso desses protagonistas do poder.

O que me inspirou este texto foi a conquista do ator coadjuvante da política alagoana, Adeilson Bezerra. Pegou uma causa tida como perdida (o Marco Temporal das Terras Indígenas) e está tornando em realidade um erro que mudaria a história e o futuro de Palmeira dos Índios. Sabe o que ele me disse, sobre a reviravoltas? “Wadson, sozinho eu não conseguiria nunca. Acionei o Paulinho da Força (presidente nacional do nanico Solidariedade) e ele disse: venha a Brasília e vamos no STF falar com o Ministro Gilmar Mendes, porque esse caso precisa ser mostrado a eles”. Resultado: Bezerra e Paulinho da Força conseguiram a audiência com Gilmar Mendes e ontem, em sessão no STF, sobre o Marco Temporal, o ministro se referiu ao caso de Palmeira dos Índios como um exemplo do erro e da negligência pública. 

Daí, fico pensando: se depender de emenda de bancada ou de emenda pix, barragens e água jamais chegarão para salvar vidas e garantir o sustento de milhares de alagoanos. Então, é só falar com o Presidente Lula (autointitulado como Pai dos Pobres). Não há outro caminho!!!!

Mas... quem vai falar com Lula? com relação a estes dois temas, vocês atuam como Borra-botas!!!!!!!!!!!!!