Em um esforço conjunto sem precedentes, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e o Ministério Público Federal (MPF) do Brasil estão intensificando ações para combater os crimes ambientais na Amazônia e em outros biomas brasileiros. O objetivo dessa colaboração é impedir que atores corruptos e organizações criminosas transnacionais explorem os recursos naturais para ganho financeiro.

No seminário realizado em 22 de maio na sede do MPF, procuradores dos oito estados amazônicos se reuniram com representantes de órgãos brasileiros como o COAF e o IBAMA. O evento focou na compreensão das tipologias de crimes ambientais, nos métodos financeiros usados pelos criminosos e em estratégias eficazes de persecução penal.

Adam Goldsmith, Adido Financeiro para a América do Sul do Departamento do Tesouro dos EUA, ressaltou a importância da parceria: "A parceria com amigos como o Brasil é crucial porque o crime ambiental transcende fronteiras; é um imperativo moral para os cidadãos globais combater o financiamento ilícito ligado à degradação ambiental e responsabilizar os perpetradores."

O vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, destacou a relevância do encontro para fortalecer o combate ao crime organizado: “O crime organizado não encontra mais fronteira e por isso precisamos estabelecer boas relações e uma maior aproximação, a fim de construir caminhos em comum."

Anamara Osório, secretária de Cooperação Internacional do MPF, chamou atenção para a conexão crescente entre crimes ambientais e financeiros, como a lavagem de dinheiro. "Eventos como este buscam fomentar o reconhecimento entre os nossos países e nossas instituições, construindo uma relação de confiança para que, juntos, possamos combater com maior efetividade tais delitos."

Durante o seminário, foram discutidas as investigações atuais sobre crimes ambientais no Brasil, identificando áreas para fortalecer a infraestrutura anticrime e implementar sanções eficazes. O Tesouro dos EUA apresentou ferramentas para interromper o fluxo de financiamento ilícito decorrente dessas atividades criminosas.

Crimes ambientais, alimentados por organizações criminosas transnacionais, exploram recursos naturais de forma ilegal, ameaçando o meio ambiente e as comunidades locais. Reconhecendo a urgência de ações, EUA e Brasil reafirmam seu compromisso na luta contra esses crimes e na proteção do patrimônio natural compartilhado. Esta colaboração representa um passo significativo na proteção da Amazônia, um ativo crucial para ambas as nações.