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Padre processado por Lula diz que não deve explicações ao petista

Edison Geraldo Bovo citou em missa que ex-presidente é o 'maior ladrão do mundo' e que comprou Supremo Tribunal FederalEdison Geraldo Bovo citou em missa que ex-presidente é o 'maior ladrão do mundo' e que comprou Supremo Tribunal Federal

Por Redação 20/05/2022 10h10 - Atualizado em 20/05/2022 10h10
Padre processado por Lula diz que não deve explicações ao petista
Padre Edison Geraldo Bovo - Foto: Reprodução

A defesa do padre Edison Geraldo Bovo, que está sendo processado pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou à Justiça que não deve explicações ao petista.

Lula entrou com “notificação para explicações” após o padre dizer em missa que o petista é o “maior ladrão do mundo “e que comprou o Supremo Tribunal Federal”. Bovo atua em Laranjal Paulista, cidade a 160 quilômetros de São Paulo.

De acordo com os advogados do padre, “quem deve prestar contas à população são [ex] integrantes do funcionalismo público, tal como o requerente (Lula) deveria prestar a respeito de fatos pretéritos que possuem [no mínimo] um cariz imoral”.

Na resposta, os defensores do padre citam que não é o pagador de impostos e o cidadão comum que devem prestar contas das coisas que pensam “em relação às imoralidades ocorridas durante e a respeito do exercício de mandato presidencial do requerente”.

No embate jurídico, advogados de Lula questionam se o padre sabe que o ex-presidente “foi absolvido” em ações criminais.

Entre 2017 e 2019, o ex-presidente foi condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva em três instâncias, julgado por nove juízes, mas em 2021 teve as sentenças anuladas por Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão de entendimento de erro processual por incompetência de foro.

A defesa do padre explica que Lula não foi absolvido, mas teve ações arquivadas por prescrição.

“Sobre o ponto, por maior que seja a boa vontade da qual todas as almas são merecedoras, forçoso é reconhecer que em verdade, muito embora não se possa falar em condenação criminal vigente contra o senhor ex-presidente da República não é possível reconhecê-lo como ‘absolvido’ quando, em verdade, notícias dão conta da perda do direito do Estado de punir por força do advento da prescrição”, citam os advogados de Bovo.

O padre também cita que é um homem de virtudes que tenta ajudar a população de Laranjal Paulista e região. De acordo com a petição, Bovo é um dos responsáveis pela Frac-Emaús, entidade responsável pelo tratamento e recuperação de dependentes químicos e alcoólatras.

“A atuação à frente desta associação beneficente demanda grande energia e sacrifício do padre Edison e de muitos outros colaboradores, os quais tiveram seu foco naturalmente prejudicado pela insegurança [e injustiça] causada pela interpelação judicial da qual ora se trata”, citam os advogados.

Com a reposta enviada por padre Bovo, a promotora de Justiça Ana Cláudia Dutra Cristofani pediu intimação de Lula para “que requeira o que entender de direito”.

Com Revista Oeste

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