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Prédio em São Paulo pode desabar a qualquer momento após incêndio

Bombeiros entram no 4º dia de combate a fogo em edifício de 10 andares no Centro da cidade

Por g1 13/07/2022 10h10
Prédio em São Paulo pode desabar a qualquer momento após incêndio
Incendio de grandes proporções atingiu prédios comerciais, na região da 25 de Março, conhecida aréa de comércio popular de São Paulo, nesta segunda-feira (11) - Foto: WAGNER VILAS/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

O Corpo de Bombeiros entra nesta quarta-feira (13) no quarto dia de combate ao incêndio no prédio comercial de 10 andares no Centro de São Paulo. Como há risco de desabamento, os bombeiros estão do lado de fora do edifício, usando mangueiras com água para tentar apagar o fogo. Na manhã de terça-feira (12) eles deixaram o interior o imóvel após ouvirem estalos na estrutura.

As chamas começaram na noite de domingo (10). Além desse prédio de dez andares, outros quatro imóveis próximos também foram incendiados: um prédio de seis andares, uma loja e uma igreja. Todos ficam na região da Rua 25 de Março.

Dois bombeiros chegaram a sofrer queimaduras e foram internados durante os trabalhos. Não há mais registros de pessoas feridas na região. A Polícia Civil investiga as causas e eventuais responsabilidades pelo incêndio.

O prédio onde o fogo começou não tinha o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Ele abriga pequenas lojas e armazena produtos dos comerciantes da região. O AVCB atesta que um prédio segue as normas de segurança e tem os equipamentos de proteção e combate a incêndios como alarmes, extintores, hidrantes e saídas de emergência. O documento é obrigatório.

'Risco de colapsar'

"A gente tem o risco de colapsar a estrutura, então, por isso, nesse momento, a gente não faz mais, desde ontem [terça], o combate interno. A gente atua agora somente na parte externa por isso dificulta um pouco o nosso trabalho e retarda o término desse incêndio", disse nesta quarta o capitão Maycon Cristo, porta-voz dos bombeiros.

Segundo o capitão ainda não há um prazo para o fim dos trabalhos dos bombeiros no local. "O combate externo ele é mais lento, a gente não consegue atuar in loco, onde de fato está pegando fogo, revirar aquele material e apagar ali pontualmente, então esse combate externo vai se estender um pouco mais", falou Maycon.

Prefeito quer demolição

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, afirmou nesta terça-feira (12) que solicitará a demolição do prédio de dez andares. Segundo ele, como o edifício é privado, o pedido de demolição precisa ser analisado pela Justiça.

Também na terça, o engenheiro da Subprefeitura da Sé Álvaro Godoy Filho disse que é iminente o risco de queda do prédio de dez andares.

“O risco é iminente, pode acontecer a qualquer momento. No resfriamento, tende a colapsar mais rápido, porque ele tenta voltar à condição anterior, e ele não consegue”, afirmou. "Pode acontecer igual às Torres Gêmeas [quando caíram em 2011], o negócio é bem complicado.”

“Existem três tipos de estrutura distintas no próprio prédio. Uma dessas partes tende a colapsar para o fundo, onde é um estacionamento. Outra tende a colapsar para frente da rua, ou pegar o prédio ao lado”, explicou o engenheiro, que descartou a volta dos bombeiros para o trabalho interno.

“O momento agora é de terminar o rescaldo do incêndio, para poder fazer uma próxima avaliação e ver como ficou a estrutura da edificação. A responsabilidade é do proprietário do imóvel”, afirmou.

9 imóveis interditados

Uma nova avaliação feita por engenheiros da prefeitura expandiu a área de bloqueio e interditou nove imóveis. Além do prédio de dez andares, que corre risco de desabar, mais oito edificações foram interditadas porque poderiam ser atingidas pela possível queda e destroços do edifício que continua pegando fogo.

Os prédios interditados estão nos seguintes endereços:

Rua Cavalheiro Basílio Jafet, 115
Rua Cavalheiro Basilio Jafet, 127
Rua Cavalheiro Basílio Jafet, 107
Rua Barão de Duprat, 41
Rua Barão de Duprat, 39
Rua 25 de março, 734
Rua 25 de março, 702
Rua Comandante Abdo Schahin, 94
Rua Comandante Abdo Schahin, 78 (onde está o prédio de 10 andares que continua pegando fogo)

Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que "após vistoria realizada hoje [nesta terça], nove edifícios foram interditados de maneira parcial ou total, conforme o risco que apresentam e de acordo com o laudo assinado pelo engenheiro Álvaro de Godoy Filho. Os imóveis não são residenciais, portanto não há desabrigados".

"De acordo com a avaliação da equipe de engenharia da Subprefeitura Sé, o prédio atingido pelo fogo corre risco de desabamento. Se, depois de concluído o trabalho de rescaldo, houver necessidade de demolição, o dono da edificação terá que acionar o engenheiro contratado por ele para a realização do trabalho", informa o texto.

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