Uma jovem de 22 anos, identificada como Anne Santos, tomou uma atitude drástica ao arrombar e incendiar a casa onde sua mãe, Claudiane Maria Joventino dos Santos, foi brutalmente agredida pelo companheiro. Claudiane não resistiu aos ferimentos, tendo sofrido queimaduras em 70% do corpo após um ataque que a manteve em cárcere privado por cerca de 24 horas.

Durante o velório da mãe em uma casa funerária no bairro Trapiche da Barra, em Maceió, Anne expressou seu arrependimento pela ação impulsiva. "Eu agi por impulso. Ele não trabalhava, quem sustentava a casa era minha mãe. Tudo era dela. Não toquei nas coisas dos vizinhos, apenas nas dela, e fiz isso num momento de raiva", afirmou a jovem.

Claudiande enfrentava um relacionamento abusivo há quase nove anos e havia tentado se separar diversas vezes. "Ela sofreu várias agressões e, nesse último caso, ele ateou fogo nela. Eu peço justiça, que ele pague pelo que fez. Minha mãe não merecia passar por isso", lamentou Anne, ressaltando a dor da família diante da tragédia.

Anne também usou sua experiência para alertar outras mulheres sobre a violência doméstica. "Ela tinha dependência emocional dele e sempre caía na chantagem. Eu peço para todas as mulheres que sofrem agressão que denunciem. Não deixem isso crescer. Olhem o que aconteceu com minha mãe", declarou.

Claudiande faleceu no Hospital Geral do Estado após lutar por 22 dias contra as queimaduras. Ela deixa um filho de apenas 10 anos.

O incêndio provocado por Anne mobilizou 15 militares do Corpo de Bombeiros na madrugada de terça-feira (25). Felizmente, não houve feridos no incidente, embora o fogo tenha danificado dois cômodos da casa.

O agressor de Claudiane foi preso no dia 11 de março pela Polícia Civil após atacá-la enquanto lavava louça na cozinha de casa durante o Carnaval. Ele a agrediu fisicamente e jogou álcool sobre ela antes de atear fogo, impedindo o socorro ao fechar as portas da residência e aumentar o volume do som.