Os moradores do país discutem em assembleias quais passos devem tomar caso a situação ocorra. Há ceticismo entre os venezuelano, mas há quem afirma que a saída de Maduro já é certa. A possibilidade de um confronto armado e a convocação de Maduro para lutar pelo país, no entanto, gera apreensão entre a população.

Especialistas que estudaram possíveis cenários caso os EUA realmente partissem para uma ofensiva contra o regime venezuelano, mesmo que restrita, alertam para consequências graves. A avaliação é que o país poderia reviver um deslocamento populacional semelhante ao êxodo de 2017, que o governo americano atribui a Maduro e que levou milhares de venezuelanos ao território norte-americano.

Um relatório do Niskanen Center, divulgado recentemente, avaliou diferentes tipos de ataques militares e estimou que uma operação americana limitada poderia gerar entre 1,7 milhão e 3 milhões de novos refugiados em alguns anos, caso o enfrentamento desencadeasse um conflito interno de curta duração.

Se o confronto se prolongasse, o estudo projeta que mais de 4 milhões de pessoas poderiam ser forçadas a deixar suas casas, ampliando ainda mais a pressão sobre países vizinhos como Brasil e Colômbia.

Gil Guerra, analista de políticas migratórias do Niskanen Center e coautor do estudo, explicou que qualquer ação militar geraria pânico imediato, ruptura no abastecimento e disseminação de boatos, impulsionando a fuga de civis, especialmente num país onde grande parte da população tem parentes vivendo no exterior.

O porta-aviões Gerald R. Ford e seu grupo de ataque já foram enviados ao Caribe como sinal de pressão militar dos EUA.