A direção da Unidade de Pronto Atendimento do bairro de Jaraguá, na capital alagoana, demitiu o médico acusado de estupro por um paciente. Um jovem, de 20 anos, denuncia que foi à unidade de saúde em busca de atendimento, no último sábado (11), por volta das 23 horas, e acabou sendo vítima de violência sexual durante o atendimento. 

De acordo com o chefe de operações do 2º Distrito Policial (2ºDP), Luciano Pereira, a vítima registrou a ocorrência e prestou depoimento nessa segunda-feira (13). A Polícia Civil instaurou Inquérito Policial para investigar o caso. “Os procedimentos legais estão sendo realizados. Iremos ouvir o denunciado e todos que estavam na equipe de plantão no dia do fato”, disse o chefe do 2ºDP. A Polícia Civil destaca que mais informações sobre o caso só serão repassadas após conclusão do inquérito.

O jovem que fez a denúncia teria ido a UPA em busca atendimento para um problema de saúde. "Ele sugeriu que eu fizesse o exame de toque retal. Achei que estava dentro da normalidade e ele prosseguiu com o exame. Mas, durante o exame eu senti que as duas mãos dele estavam no meu quadril. E, então, quando eu percebi, virei para trás, e vi que ele estava me penetrando. Eu fiquei sem reação mesmo. Só virei e não consegui fazer nada", conta o paciente.

Ainda de acordo com o jovem, o médico ainda tentou se justificar, "Ele pediu desculpa, e disse que se confundiu e que pensava que era isso o que eu queria. E ainda ficou cerca de uns 15 a 20 minutos tentando mudar o foco da conversa. Depois, pediu para que eu não falasse com ninguém. Eu tentei enrolar ele, porque eu só queria sair dali", relata.

A Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) também se pronunciou por meio de nota e disse que a direção da UPA afastou o médico das atividades e demitiu por justa causa. Confira a nota da Sesau:

"A Direção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jaraguá, em Maceió, esclarece que ao tomar conhecimento, pela Polícia Civil de Alagoas (PC/AL), sobre a prisão em flagrante do médico suspeito de abuso sexual, afastou-o de imediato de suas funções e o demitiu-o por justa causa. Salienta que não compactua com a prática de nenhum tipo de violência em suas dependências, seja ela de qualquer ordem, e que está pronta para colaborar com as investigações junto à PC/AL.

Esta não é a primeira acusação de estupro em nome do médico. Em 2020, ele foi denunciado por um paciente de 20 anos, que o acusou de violência sexual durante um atendimento na cidade de Campo Alegre. No Boletim de Ocorrência, ele disse que o profissional da saúde tocou seu abdômen, baixou a bermuda e apertou o órgão genital com movimentos fortes até machucar.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) em Alagoas informou que vai investigar a conduta do médico.