Alagoas
Vigilância Sanitária interditou 36 estabelecimentos em 2023
Multas variam de R$180 a R$19 mil reais; ações de fiscalização ocorrem por meio de denúncia ou rotina de trabalho
Alimentos fora da validade, cozinhas que mais parecem banheiros sujos, insetos passeando sobre utensílios, trabalhadores sob condições de extrema insegurança. Em 2023, a Vigilância Sanitária de Maceió realizou a interdição de 36 estabelecimentos e recolheu 11 mil quilos de produtos impróprios para o consumo.
Alguns dos estabelecimentos notificados são muito conhecidos na capital de Alagoas e ficam em bairros como Pajuçara, Jatiúca, e Ponta Verde, outros no Poço, Serraria, Jacintinho, e vendem os mais variados tipos de comida: coxinha, passaporte, prato feito (PF), comida chinesa, comida fit...
Em março, fiscais identificaram irregularidades em galeteria que poderiam ocasionar risco à saúde da população. Foto: cortesia
Semanalmente, o site da Prefeitura de Maceió divulga as ações de interdição da Vigilância, mas nunca o nome do estabelecimento, o que deixa o consumidor na dúvida sobre as condições de preparo do que comeu. Mas cada vez mais pessoas têm tomado sustos quando descobrem que o lugar onde comem, muitas vezes diariamente, foi fechado ou notificado por colocar em risco a saúde dos clientes.
Foi o que aconteceu com Geralda Fonseca e a filha Juliana. “Sempre pedia a quentinha com maionese a parte, já para evitar que as crianças comessem. Naquele dia não fizeram isso, então tirei por cima e comi a refeição. Poucas horas depois fui parar na Unimed com infecção intestinal muito séria; eu estava com vômitos e diarreia muito forte. A médica que me atendeu perguntou o que eu havia consumido, falei da quentinha, e descobri que eu era o sexto caso que estava sendo atendido na emergência com os mesmos sintomas e por causa do mesmo estabelecimento. Pior foi saber que minha filha seria a sétima vítima, pois foi levada para o hospital também com infecção intestinal. Ficamos, as duas, tomando soro. Eu na área para adultos, e ela na ala pediátrica”, contou Geralda, que ainda tem um filho de 7 anos.
A Unimed entrou em contato com a Vigilância Sanitária. O órgão municipal contatou Geralda, colheu seu depoimento, e depois os agentes foram à galeteria fazer uma inspeção. O caso ocorreu há cerca de três anos. Atualmente, o estabelecimento tem nova administração.
NÚMERO - “De 2021 a 2023, foram apreendidos 190 mil quilos de produtos estragados e fora de validade. Também foram interditados 110 estabelecimentos, mas nem todos lidam com alimentação. Cuidamos de 80 seguimentos, ente eles hospitais, clínicas, laboratórios, entre outros pontos comerciais. O objetivo da Vigilância Sanitária é sempre cuidar da saúde do povo de Maceió”, afirma o coordenador da Vigilância Sanitária, Airton Santos
Em três anos, o órgão, que é ligado à Secretaria Municipal de Saúde e possui 125 servidores, realizou quase 20 mil fiscalizações (por meio de denúncias ou ações de rotina) e fez o atendimento a mais de 15 mil pessoas em cursos de boas práticas sobre segurança alimentar.
De 2021 a 2023, foram apreendidos 190 mil quilos de produtos estragados e fora de validade
De acordo com Airton Santos, os problemas mais recorrentes em relação as interdições é local insalubre, equipamentos fora do padrão da Vigilância Sanitária e produtos alimentícios estragados e fora do prazo de validade. “O órgão presa pela higienização, incluindo os funcionários, que devem usar EPIs e trabalhar em um ambiente limpo para oferecer um produto de qualidade aos consumidores. Quando um estabelecimento é interditado, o proprietário tem um prazo de 30 dias para se adequar às nomas sanitárias. Eles também pagarão multa que varia de R$180 a R$19 mil reais”, esclareceu o coordenador.
Não é o tamanho do estabelecimento que define a multa, mas a irregularidade cometida. “As multas e taxas não são negociáveis. Quando encontramos o erro, o proprietário é punido na forma da lei e ele precisa se adequar às nomas sanitárias e respeitar, sobretudo, o consumidor. Seguimos códigos e leis federais e algumas RDCs (Resolução da Diretoria Colegiada), que é um tipo de regulamentação técnica, proposta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)”, finaliza Airton Santos.
DENÚNCIA – Os canais de denúncia da Vigilância Sanitária são pelo WhatsApp (82) 8752-2000, por meio de mensagem de texto, foto e/ou vídeo. As denúncias também podem ser realizadas pelo 3312-5495, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Todas as denúncias são anônimas, garantindo o sigilo do denunciante. Para registrar alguma irregularidade sanitária, é imprescindível informar o motivo da reclamação; nome, endereço completo e ponto de referência do estabelecimento denunciado.
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