Alagoas

Lelo Maia, a Saúde de Alagoas e os Milhões que Sempre Circulam entre Amigos

Enquanto a Operação Estágio IV investiga suspeitas de irregularidades na Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), os dados públicos do Portal da Transparência expõem uma distribuição de recursos que, no mínimo, causa perplexidade

Por Ascom DMTT 17/12/2025 12h12
Entre 2024 e 2025, o Instituto Maceió (IZM), entidade ligada à família do deputado estadual Lelo Maia, recebeu R$ 15.743.691,42 do Fundo Estadual de Saúde — valores integralmente empenhados, liquidados e pagos. Trata-se de dinheiro efetivamente transferido, não de promessa orçamentária.


O contexto é o que transforma números em fato político. No mesmo período, Lelo Maia passou a ser apontado publicamente como articulador e negociador da Sesau, conforme reportagem do CadaMinuto, ampliando seu trânsito e influência dentro da pasta — justamente hoje sob investigação policial.

Mas o que mais chama atenção é o comparativo.

Segundo matérias e dados oficiais, uma clínica privada ligada ao médico Gustavo recebeu cerca de R$ 18 milhões entre 2023 e 2025. Já a Santa Casa de Misericórdia de Maceió, instituição histórica, responsável por atendimento de alta complexidade e porta aberta ao SUS, recebeu pouco mais de R$ 500 mil no período. A Santa Casa de Misericórdia de São Miguel dos Campos, por sua vez, não recebeu qualquer repasse.

Enquanto isso, um instituto privado sediado em Maceió, sem o peso assistencial das Santas Casas, recebeu quase R$ 16 milhões em apenas dois anos.

Não se afirma ilegalidade. Mas a disparidade salta aos olhos.
👉 Qual o critério?
👉 Quem define prioridades?
👉 Por que hospitais filantrópicos que atendem milhares recebem migalhas, enquanto entidades do mesmo círculo político concentram milhões?

Em um estado marcado por superlotação hospitalar, escassez de medicamentos e filas por procedimentos básicos, a destinação de recursos da saúde não pode prescindir de transparência absoluta — nem pode conviver com a suspeita de que influência política pesa mais que necessidade assistencial.

A repetição de nomes, relações e beneficiários não é prova de crime. Mas é, sim, um sinal de alerta institucional.

A Operação Estágio IV segue em curso.
Os dados são públicos.
Os valores estão pagos.

E a pergunta permanece, cada vez mais incômoda:

🩺 a saúde pública de Alagoas está sendo financiada conforme a necessidade da população — ou conforme o endereço certo e os aliados de sempre?

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