Um dos vencedores da IV Festa do Leite, em Santana do Ipanema, realizada na semana passada, é um produtor rural atendido pelo Sebrae Alagoas por meio de consultorias de boas práticas da bovinocultura de leite, com foco na melhoria dos processos produtivos. Cícero da Silva, do Sítio Pinhãozeiro, levou o troféu após uma de suas vacas produzir 110 litros de leite em dois dias, num total de quatro ordenhas – uma média de 55 litros por dia.

Ele é atendido pelo Sebrae desde 2011 com técnicos treinados pela metodologia Balde Cheio, desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sudeste. E os resultados têm sido satisfatórios.

“Estou muito feliz com a vitória no torneio leiteiro. É um resultado que só foi possível também com o apoio do Sebrae, que me ajuda muito no controle financeiro, na nutrição da alimentação das vacas, no pastejo e palma”, afirma. Ainda segundo ele, a produção teve um aumento de 50%, em média, desde que passou a receber atendimento dos técnicos na sua propriedade. “É um resultado muito bom”, completa.

Marcos Fontes, analista do Sebrae, explica que a consultoria realizada na propriedade do seu Cícero contempla três fases: diagnóstico, planejamento e acompanhamento e implementação do plano. “É um diagnóstico individual, realizado em cada propriedade atendida. Nessa etapa, são avaliadas as potencialidades e limitações do local, em relação a recursos naturais, humanos, instalações, máquinas, equipamentos, rebanho, práticas e técnicas utilizadas”, diz.

“Em seguida, o técnico elabora um plano para alcançar o ‘sonho’ do produtor, em geral traduzido na produção diária de leite que ele quer alcançar. Exemplo: ele produz 50 litros de leite por dia e sonha em produzir 150 litros de leite por dia. A partir daí, são definidos indicadores e metas a serem alcançadas. Como ter um rebanho em que 83% das vacas estejam em lactação, por exemplo. Atingir uma produtividade média por vaca de 22 litros de leite por dia. Nesse plano também se define, entre outras coisas, os alimentos, as quantidades necessárias para o ano e as áreas a serem plantadas de cada um deles”, explica.

Na última etapa, acompanhamento e implementação do plano, um zootecnista e um veterinário ajudam o produtor a colocar em prática tudo que foi mapeado. Tudo é feito por meio de visitas mensais dois profissionais a cada dois meses, no caso da agricultura familiar.

“Nessa fase, o produtor recebe um caderno para fazer as anotações zootécnicas e econômicas da atividade. Isso é importante para calcular os indicadores econômicos, a exemplo do custo de produção de 1 litro de leite, além dos indicadores zootécnicos, como a produtividade expressa em litros de leite por vaca por dia e o percentual de vacas em lactação”, destaca Fontes.

“Esses indicadores servirão para averiguar se as metas estão sendo alcançadas, corrigir os rumos e fazer as recomendações técnicas que resultarão na melhoria do desempenho produtivo da propriedade”, completa o analista. Foi após todo esse rito que o produtor Cícero da Silva passou a obter melhores resultados na sua produção de leite.