Alagoas

MOBILIDADE URBANA

Moradores do Antares apresentam proposta alternativa para ligação entre a Menino Marcelo e a Góes Monteiro

13/11/2023 10h10 - Atualizado em 13/11/2023 16h04
Moradores do Antares apresentam proposta alternativa para ligação entre a Menino Marcelo e a Góes Monteiro

A obra de duplicação prevê a interligação das duas vias de intenso fluxo de trânsito em Maceió, enfrenta um impasse
Os proprietários de 40 imóveis no bairro Antares, que terão de ser demolidos para a construção da via de ligação entre as avenidas, resistem a deixarem o local. A reivindicação chegou à Câmara de Maceió onde, na terça-feira (7), ocorreu uma audiência pública para discutir o tema, convocada pela vereadora Teca Nelma. O clima ficou tenso entre a comunidade e os representantes do Município.
Os moradores alegam que não foram ouvidos pela prefeitura e que foram pegos de surpresa com a notícia de que teriam de se mudar para dar passagem a uma nova avenida. “Não pode ser dessa forma, isso tem que ser discutido com a comunidade, com a população, com os habitantes daqui. Tem que ser conversado, gente. Por que tem que ser dessa forma? Se não tivesse alternativa, eu entenderia. Ninguém está impedindo que essa pista passe, a gente só não quer que passe demolindo as nossas casas, desapropriando tudo, e que ele [prefeito JHC] encontre alternativa, porque tem!”, afirmou um morador ouvido pelo 082 Notícias.
Na terça-feira (7), na Câmara, o representante da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra), engenheiro civil Marcos Aurélio, reafirmou a postura da prefeitura. “A desapropriação acontecerá, vocês podem continuar a discussão na Justiça, óbvio que terão que desocupar o imóvel, esta é a lei. Agora, o projeto já está avançado, a prefeitura não é obrigada a avisar ninguém”, disse.
No dia seguinte à sessão no parlamento-mirim – quarta-feira (8) –, a comunidade relatou a visita de fiscais da Seminfra para avaliar os imóveis. O caso deverá ser levado à Justiça.
Alternativa
Os moradores têm uma proposta alternativa para a ligação entre a Góes Monteiro e a Menino Marcelo, que foi apresentada na audiência pública. Segundo eles, é possível fazer a nova via no modelo de binário, o que traria uma série de vantagens, como o aproveitamento de vias existentes, já asfaltadas e com largura superior a oito metros.
“Se você colocar no Google ‘Avenida Maria Carolina Sampaio’, você vai ver a entrada, que hoje não é mais entrada, só é saída de veículos. A entrada seria pela caixa d’água, que é outra pista que dá acesso também à Avenida Durval de Góes Monteiro, por dentro. E ele [JHC] não quer mexer nem em uma e nem em outra. Aí, ele prefere desalojar, desabrigar todas essas casas, desapropiar e botar tudo no chão”, reclama o morador.
Traçado do projeto da prefeitura | Reprodução
De acordo com o projeto alternativo, o número de desapropriações cairia de 40 para 2, reduzindo os custos com este processo, além de diminuir os impactos sociais e ambientais no Antares.
Traçado sugerido por moradores | Reprodução
“Aqui residem pessoas que têm história de vida, que criaram seus filhos. Eu comprei o meu terreno, construí minha casa tijolo a tijolo, vim morar num local que eu escolhi a dedo, porque quando eu cheguei aqui, não tinha nada. Eu falei no Plenário da Câmara que, quando eu cheguei no Antares, a Via Expressa não tinha energia. A Via Expressa era um carro de manhã e outro à noite. A gente atravessava a Via Expressa engatinhando, e é verdade. Hoje eu queria exatamente um lugar assim: calmo, tipo interior mesmo. A paz da gente é essa que você não escuta nada, é uma tranquilidad|e e, de repente, você se vê na porta da sua casa com uma avenida, mão e contramão, jogando o tráfego da Durval de Góes Monteiro e da Rota do Mar, passando na tua porta e desabrigando, desapropriando as casas dos seus vizinhos com 35, 40 anos de existência. Isso não se faz!”, lamentou o homem.
A obra
As obras estão orçadas em R$ 182 milhões, sendo R$ 42 milhões para a Avenida Durval de Góes Monteiro e R$ 140 milhões na ligação entre a Avenida Durval de Góes e Avenida Menino Marcelo. Os recursos são do acordo da Braskem.
A expectativa da Prefeitura de Maceió é que, quando finalizada, a obra garanta 40% de aumento da velocidade média do fluxo viário, redução do tempo de viagem, melhoria dos fluxos nos bairros adjacentes, segurança no trânsito, entre outros benefícios.
Além disso, as obras contarão com sistema de drenagem de águas pluviais, nova iluminação pública, nova rede elétrica, ciclovia, novas calçadas e áreas de estacionamento.

*Portal de Alagoas


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