A discordância entre o presidente Lula e o senador Renan Calheiros sobre o caso Braskem revela uma dicotomia entre a abordagem humanista do petista e a postura combativa do político emedebista. Suas divergentes visões sobre a empresa refletem prioridades: Lula destaca a preocupação com a população afetada, enquanto Calheiros concentra esforços na arena política local.

Lula enfatiza que a CPI da Braskem pode desvalorizar a empresa, prejudicando a compensação aos moradores afetados em Maceió. Por outro lado, Calheiros, centrado em objetivos políticos, busca manter o embate como palco para seus interesses locais.

A instalação da CPI, com previsão de funcionar até fevereiro, gera impasse. Lula teme desviar o foco de pautas prioritárias do governo, como a MP das Subvenções e a PEC da reforma tributária. A urgência em resolver a emergência em Maceió contrasta com o jogo político que se desenha nos bastidores.

A reunião entre Lula e políticos alagoanos na manhã dessa terça-feira (12) discutiu a crise do solo em Maceió, mas à noite, o presidente recebeu o senador Omar Aziz (PSD-AM) para discutir o adiamento da CPI. Resistências, inclusive do PT, evidenciam preocupações com a ampliação da crise, atingindo a Petrobras que tem cerca de 35% de participação na petroquímica, além de municiar a oposição no Senado, que poderá aproveitar para convocar políticos de casos relacionados à corrupção alvos da operação Lava Jato, desviando o foco do problema e esticando o debate por todo ano eleitoral.

Seja com ou sem a CPI, o Caso Braskem se torna um palco político às vésperas das eleições municipais. Enquanto Lula e Calheiros travam suas batalhas estratégicas, os cidadãos afetados aguardam uma solução para esse drama que se tornou uma disputa de capital político.

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