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Direitos Humanos

Intolerância religiosa responde por um terço dos processos de racismo nos tribunais brasileiros

Startup JusRacial identifica 176 mil processos por racismo no Brasil, destacando a intolerância religiosa como principal motivação; História de mãe que perdeu guarda da filha por práticas religiosas evidencia o preconceito.

Por Redação com Agência de notícias* 21/01/2024 11h11
Intolerância religiosa responde por um terço dos processos de racismo nos tribunais brasileiros
Foto: Eric Ty Odé

Levantamento realizado pela startup JusRacial revela que a intolerância religiosa representa aproximadamente um terço (33%) dos processos por racismo em andamento nos tribunais brasileiros. A pesquisa identificou um total de 176 mil processos relacionados a casos de racismo em todo o país.

No Supremo Tribunal Federal (STF), a intolerância religiosa corresponde a 43% dos 1,9 mil processos de racismo em tramitação na corte, de acordo com os dados coletados. Nos tribunais estaduais, foram identificados 76,6 mil processos relacionados ao tema, sendo que 29,5 mil envolvem a questão da intolerância religiosa.

O Tribunal de Justiça de São Paulo lidera com o maior número de casos de racismo religioso, totalizando quase 6,5 mil processos. Já o Tribunal de Justiça de Minas Gerais registra o maior número de casos de racismo em geral, com 14,1 mil processos, sendo 6,3 mil relacionados à espiritualidade de matriz africana. Nos tribunais regionais do trabalho, há 19,7 mil processos relacionados à intolerância religiosa.

História de Injustiça:


A vendedora Juliana Arcanjo compartilhou sua experiência, perdendo a guarda da filha após levá-la para uma iniciação no candomblé. Juliana enfrentou acusações injustas, sendo denunciada por violência doméstica e cárcere privado. Mesmo absolvida, está há quase três anos sem ver a filha. A mãe, inconformada, destaca a discriminação enfrentada pelos praticantes do candomblé. "Foi preconceito puro. O candomblecista não pode levar seus filhos ao candomblé?", questiona. A última audiência sobre a guarda ocorreu há cerca de três meses, e Juliana aguarda a avaliação psicológica da filha para decisões futuras.

*Agência Brasil

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