O Sambódromo do Rio de Janeiro completa 40 anos em 2024, revelando uma história rica que ecoa a alma dos sambistas e marca a evolução do maior espetáculo da terra. Antes de se tornar o icônico palco de apresentações das escolas de samba, os componentes enfrentavam incertezas quanto ao local dos desfiles.

A disputa pelo campeonato teve início na Praça Onze, no centro, em 1932, onde a comunidade negra se reunia para fortalecer a cultura africana. Ao longo dos anos, os desfiles mudaram de local várias vezes, passando por diferentes avenidas e ruas do centro da cidade. O cenário era caótico, com montagem anual das arquibancadas e transtornos no trânsito.

A mudança definitiva aconteceu em 1994, atendendo a um pedido do casal de sambistas Vilma Nascimento e Mazinho ao então governador Brizola. A construção do Sambódromo, projetada pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer, proporcionou um espaço permanente e apropriado para os desfiles.

O Pedido Atendido por Brizola:

Em uma entrevista, Vilma Nascimento, lendária porta-bandeira da Portela, relembra: "Todo ano a gente ficava na dúvida, era horrível. Eu e meu marido pedimos ao Brizola, e ele fez. Cada vez que eu boto o pé na avenida, é uma alegria muito grande."

A construção do Sambódromo também permitiu a realização de ensaios técnicos, fundamentais para o planejamento dos desfiles. O carnavalesco Leandro Vieira, campeão e admirador do Sambódromo desde a infância, destaca o significado de desfilar no mesmo palco de seus ídolos.

Desafios e Transformações:

Com o tempo, o Sambódromo passou por mudanças para acompanhar a evolução dos desfiles. A melhoria do som, aprimoramento da iluminação e a preocupação com a segurança foram constantes. O presidente da Liesa, Jorge Perlingeiro, ressalta a organização dos desfiles, antes não cronometrados, e destaca a redução no número de componentes como uma evolução necessária.

Apesar das transformações, Alexandre Louzada, carnavalesco, aponta a necessidade de ajustes no espaço de concentração e sugere estudos para melhorar a logística das escolas na avenida. O Sambódromo tornou-se uma indústria de grande faturamento, com camarotes luxuosos e eventos paralelos aos desfiles.

O Futuro do Sambódromo:

O Sambódromo, palco de festas, emoções e competições, continua a encantar o público. A presença das torcidas não determina mais o volume de vendas de ingressos, evidenciando que o verdadeiro protagonista é o espetáculo em si.

Com 40 anos de história, o Sambódromo do Rio de Janeiro permanece como o coração pulsante do Carnaval carioca, onde a tradição e a inovação se entrelaçam, dando vida a um dos eventos mais grandiosos e celebrados do Brasil.