Médicos relatam que 17 pessoas perderam a vida em Rafah, Gaza, durante ataques aéreos israelenses na noite deste sábado, enquanto mais de um milhão de palestinos se encontram encurralados na cidade fronteiriça, aguardando uma iminente ofensiva que pode devastar ainda mais o já arruinado enclave, sem opções de fuga.

Quatro meses após o início do conflito em Gaza, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou que ordenou aos militares a elaboração de um plano para evacuar a população de Rafah e neutralizar quatro batalhões do Hamas, alegando que estão destacados na região.

Diferentemente dos ataques anteriores a cidades durante a guerra, quando os militares israelenses instruíram os civis a fugirem para o sul, não há mais áreas relativamente seguras em Gaza. Agências de ajuda alertam para o alto risco de vítimas civis em massa.

"Qualquer incursão israelense em Rafah significa massacres, significa destruição. As pessoas estão ocupando cada centímetro da cidade e não temos para onde ir", declara Rezik Salah, 35 anos, que fugiu de sua casa na Cidade de Gaza com sua esposa e dois filhos para Rafah no início do conflito.

O conflito em Gaza teve início em 7 de outubro, quando membros armados do Hamas invadiram as defesas da fronteira, atacando cidades israelenses, resultando em cerca de 1.200 mortes, principalmente civis, e cerca de 250 reféns levados de volta a Gaza, de acordo com registros israelenses. Em resposta, Israel lançou ataques aéreos maciços e uma ofensiva terrestre, resultando em aproximadamente 28 mil palestinos mortos, em sua maioria civis, segundo autoridades médicas em Gaza, controlada pelo Hamas.