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Contra a Paz

Ativista de direitos humanos russo condenado por críticas à guerra e a Putin

Oleg Orlov, líder do Memorial, recebe pena de 2,5 anos por 'desacreditar as Forças Armadas' e denunciar suposta descida ao fascismo.

Por Redação com Agência Reuters 27/02/2024 14h02
Ativista de direitos humanos russo condenado por críticas à guerra e a Putin
Foto: Tatyana Makeyeva / Reuters

O veterano ativista de direitos humanos russo, Oleg Orlov, conhecido por liderar o grupo Memorial, foi condenado a 2,5 anos de prisão nesta terça-feira (27). A sentença ocorreu em meio a acusações de "desacreditar as Forças Armadas" ao protestar contra a guerra na Ucrânia e de acusar o presidente Vladimir Putin de liderar uma descida ao fascismo.

Orlov, de 70 anos, que recebeu parte do Prêmio Nobel da Paz em 2022, foi aplaudido por apoiadores no tribunal de Moscou, incluindo representantes de embaixadas ocidentais. Ele foi acusado após participar de manifestações contra a guerra e escrever um artigo intitulado "Eles queriam o fascismo. Eles conseguiram."

“O veredito mostrou que meu artigo era preciso e verdadeiro”, disse Orlov, que foi levado algemado após a sentença. O Memorial, fundado em 1989 e banido na Rússia em 2021 após ser designado como "agente estrangeiro", continua a afirmar seu compromisso com a defesa da liberdade de expressão e documentação de abusos de direitos humanos.

A promotoria alegou que Orlov demonstrou “ódio político à Rússia”. Em seu discurso de encerramento do julgamento, ele criticou o "estrangulamento da liberdade" no país, referindo-se a uma "distopia". O Memorial afirmou em comunicado que a sentença é uma tentativa de "abafar a voz do movimento de direitos humanos na Rússia" e qualquer crítica ao Estado.

Orlov foi acusado conforme as leis aprovadas durante o início da guerra na Ucrânia, que preveem penas de prisão para quem for considerado culpado de desacreditar as Forças Armadas ou divulgar informações falsas sobre elas. Putin, por sua vez, pediu união dos russos e alertou contra o que ele chama de "traidores pró-ocidentais" durante a "operação militar especial" na Ucrânia.

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