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Universidades Argentinas protestam contra cortes orçamentários
Luzes apagadas nas salas de aula simbolizam crise financeira enfrentada pelas instituições de ensino superior.
Nesta quarta-feira, as universidades públicas da Argentina se mobilizaram em protesto contra os severos cortes orçamentários promovidos pelo governo do presidente Javier Milei. A ação incluiu o desligamento das luzes das salas de aula, não apenas como forma de chamar atenção para a situação precária das instituições, mas também como medida de economia de energia para lidar com o déficit financeiro.
A renomada Universidade de Buenos Aires (UBA), por exemplo, reportou um corte de 80% em seu orçamento, em termos reais, o que o reitor da Faculdade de Direito da UBA, Leandro Vergara, descreveu como uma situação insustentável. "Não tem como manter a universidade funcionando com esse orçamento", declarou Vergara após ministrar aula na escadaria do prédio.
Javier Milei, cujo governo enfrenta um profundo déficit fiscal decorrente de anos de má gestão econômica, tornou a redução dos gastos estatais uma de suas prioridades. Ele ganhou as eleições no ano passado com discursos frequentes que incluíam uma serra elétrica, símbolo dos cortes planejados.
Na Faculdade de Ciências Exatas da UBA, alunos e professores ergueram um relógio de contagem regressiva, indicando que o orçamento atual será suficiente para apenas mais 43 dias. A UBA, reconhecida como uma das melhores universidades da América Latina, oferece cursos de graduação gratuitos e administra seis escolas secundárias e cinco hospitais públicos.
O corte de 26% no orçamento, em termos nominais, e de 80% em termos reais, devido à inflação próxima dos 300%, afetou todas as universidades públicas do país. Uma marcha antigovernamental está planejada para a próxima semana em resposta aos cortes.
O governo argumentou que os cortes são necessários para reequilibrar as finanças do estado. O porta-voz do governo, Manuel Adorni, assegurou que os estudantes não terão suas atividades acadêmicas prejudicadas, mas a estudante de Direito, Nahiara Tripiana, expressou preocupação com os impactos sociais e culturais a longo prazo. "Isso nos trará consequências terríveis a nível social, cultural e para a excelência acadêmica", afirmou.
Apesar das dificuldades, Leandro Vergara afirmou que a faculdade de direito buscará manter as aulas em funcionamento. "Vamos dar aulas até à luz de velas, mas a comunidade deve saber que não vamos fechar as portas", garantiu.
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