A erupção vulcânica ocorrida em 17 de abril em uma ilha remota na província de Sulawesi do Norte, na Indonésia, chamou a atenção dos cientistas ao lançar uma coluna de lava incandescente, rochas e cinzas a uma altura de 3 km (2 milhas) no céu.

Vídeos nas redes sociais capturaram imagens de relâmpagos roxos brilhando sobre o vulcão durante a erupção, um fenômeno intrigante para os pesquisadores. Dados coletados pela Vaisala, uma empresa finlandesa de instrumentos de medição ambiental, mostraram uma intensa atividade de raios durante a erupção. A rede de detecção de raios GLD360 registrou mais de 13.000 ataques entre 17 de abril às 12h10 e 18 de abril às 10h12, com um pico de 42 ataques por segundo em um determinado momento.

Os cientistas continuam estudando o comportamento dos relâmpagos vulcânicos para entender melhor os processos que ocorrem nas plumas eruptivas e, assim, compreender melhor o planeta. "Cada uma destas erupções que produzem relâmpagos nos ajuda a entender o que está acontecendo na pluma eruptiva e a aprender mais sobre o nosso planeta", disse Chris Vagasky, meteorologista da Universidade de Wisconsin-Madison.

Embora as imagens sejam impressionantes, a quantidade de relâmpagos durante a erupção do vulcão Ruang é considerada pequena em comparação com a erupção de Hunga Tonga-Hunga Ha'apai, ocorrida em Tonga em 2022.

Segundo Vagasky, as duas erupções apresentam características distintas, com a erupção em Tonga envolvendo uma maior quantidade de água do mar. "As erupções de Hunga em janeiro de 2022 tiveram cerca de 50 vezes mais raios do que esta", afirmou.

Nem todos os raios gerados por uma erupção atingem o solo; eles também podem se deslocar dentro de uma nuvem de cinzas ou entre nuvens. Durante a erupção do vulcão Ruang, cerca de 23% dos raios atingiram a terra ou o oceano.

Os cientistas continuam a analisar os dados obtidos para expandir o conhecimento sobre a atividade vulcânica e seus efeitos atmosféricos. Para mais informações, leia a reportagem especial publicada pela Reuters.