Geral
Governo Milei Gera Crise Alimentar na Argentina
Acusações de não distribuição de alimentos para comedores comunitários geram crise política e demissão no governo.
O governo de Javier Milei enfrenta severas críticas na Argentina por não distribuir alimentos aos restaurantes populares, conhecidos como comedores, deixando os produtos se aproximarem da data de vencimento. Este problema desencadeou uma crise política que resultou na demissão do secretário de Crianças e Adolescentes do Ministério do Capital Humano, Pablo De la Torre, responsabilizado pela distribuição dos mantimentos.
Em meio às acusações, Javier Milei defendeu a ministra da pasta, Sandra Pettovello, em entrevista à Rádio Mitre no último domingo (2), acusando a oposição de tentar desestabilizar sua equipe. “As acusações são para que ela e sua equipe se intimidem”, afirmou Milei.
Auditoria e Crise de Alimentos
O ministério de Pettovello anunciou a abertura de uma auditoria para investigar o caso dos alimentos próximos do vencimento e atribuiu a falha a funcionários que não realizaram um controle adequado de estoque. A crise começou com a interrupção dos repasses para os comedores comunitários, levando ao fechamento de pelo menos 32 deles, que alimentavam mais de 8 mil pessoas em Buenos Aires.
A Rede de Apoio Escolar e Educação Complementar (ERA), que atendia mais de 3 mil crianças e adolescentes, foi forçada a fechar seus 13 comedores. “É um desastre porque as crianças vão no contraturno aos nossos centros. Muitas vezes nas escolas não há comedores. Era a única comida de qualidade que tinham por dia”, lamentou Margarita Zubizarreta, representante da ERA.
Situação dos Comedores
Segundo a organização Interredes, existem 183 instituições que fornecem alimentos gratuitos para mais de 20 mil pessoas, e muitas estão à beira do fechamento devido à falta de repasses. “A fome é um crime. Exigimos o repasse imediato dos recursos e a entrega da mercadoria necessária para garantir o funcionamento de todos os comedores comunitários”, declarou a Interredes.
Decisão Judicial e Controvérsia
O juiz federal argentino Sebastián Casanello ordenou a distribuição de cinco toneladas de alimentos em 72 horas, mas o governo recorreu da decisão sem cumprir a liminar. O governo Milei argumenta que as organizações são “comedores fantasmas” e que os alimentos armazenados são para emergências. A decisão judicial foi classificada pelo governo como um “avanço ilegítimo da Justiça sobre a democracia”.
Contexto Econômico
A crise alimentar ocorre em um cenário de crescente pobreza na Argentina. Um estudo da Universidade Católica Argentina revelou que, em janeiro de 2024, 57,4% da população vivia abaixo da linha da pobreza, o maior índice em 20 anos. A extrema pobreza também aumentou, atingindo 15% da população. A inflação anual foi de cerca de 289% em abril deste ano.
Javier Milei, conhecido por suas políticas ultradireitistas, tem defendido cortes de gastos estatais para estabilizar a economia, uma estratégia elogiada por agentes financeiros, mas criticada por economistas heterodoxos, que acusam o governo de agravar a situação dos mais pobres.
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